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Economia poderá ser afetada com a chegada do novo coronavírus no Centro-Oeste MG

Nas próximas semanas, a economia poderá ser afetada devido à ausência de consumidores. Medo de serem infectados pelo novo coronavírus é o principal motivo.

Uma das ruas principais do comércio de Lagoa da Prata está com todos os estabelecimentos de portas fechadas. (Fotos: Laiana Modesto)

Reportagem: Rhaiane Carvalho e Matheus Costa.

Nas últimas semanas, o país vem se preocupando com a chegada do novo coronavírus que, poderá impactar não somente na saúde dos brasileiros, mas também na economia dos municípios. Em Lagoa da Prata, Arcos, Santo Antônio do Monte e Moema já é possível ver que alguns produtos de determinadas marcas começaram a faltar. A corrida da população aos supermercados para estoques de alimentos, produtos de higiene e limpeza já provoca a falta de alguns produtos nos estabelecimentos.

Em Arcos, várias prateleiras já estão vazias, alguns produtos tiveram elevação no preço e os locais estão lotados. Em Lagoa da Prata, não é muito diferente. A falta de produtos vem alarmando a população. Um posto de combustível de Lagoa da Prata chegou a anunciar nas redes sociais que devido a suspensão de transportes, fechamento de bases de carregamento e suspensão de atividades mediante possível interdição, existe a grande possibilidade de que o estoque de combustíveis seja prejudicado em um curto espaço de tempo, trazendo algumas dificuldades para os clientes.

Além disso, nas farmácias também já há uma corrida em relação a medicamentos de uso contínuo. Na última semana, pacientes portadores de doenças como lúpus, reumatismo e inflamação nas articulações demonstraram preocupação por causa da falta do Reuquinol nas drogarias de Lagoa da Prata, após vídeo que circula nas redes sociais afirmar que é a cura para a Covid-19. A busca pelo álcool em gel também aumentou excessivamente. O produto, que custava, em média, R$15,80, chegou a custar R$30 em alguns lugares. Donos de comércio alegam que a demanda está maior que a oferta e as fábricas não estão conseguindo atender os pedidos para que o produto seja repassado ao consumidor final.

Empresas adotam serviços de delivery e atendimento online

Outro ponto que também é possível observar é que algumas lojas na região Centro-Oeste MG estão oferecendo serviços de entrega na porta do cliente e até levando roupas para experimentarem em casa, com o objetivo de evitar aglomerações. Além das lojas, bares e restaurantes também estão adotando os serviços de delivery para que não sejam tão afetados neste momento e como forma de precaução contra a Covid-19.
Medidas em prol do comércio

No dia 20 de março, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou estado de calamidade pública em Minas Gerais e passou a adotar medidas mais duras para o combate à disseminação do coronavírus. Entre as medidas anunciadas pelo governador está o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais, com exceção dos considerados essenciais e serão válidas para todos os 853 municípios mineiros. Segundo o governador, o fechamento tem prazo para vigorar até 10 de abril, mas pode ser prorrogado caso necessário. Zema classificou ainda como “assassinos invisíveis” aqueles que não respeitarem as medidas para o combate ao coronavírus.

Associações Comerciais e Empresariais recomendam e solicitam medidas

Objetivo é incentivar o empreendedor, mesmo neste momento de crise.

A ACE/CDL de Arcos encaminhou no dia 19 de março ao Executivo Municipal um ofício em que solicita uma série de medidas para minimizar o impacto para o comércio, indústria e prestação de serviços e, principalmente, para as pequenas empresas. Veja:

• Prorrogação mínima de três meses dos impostos municipais (incluindo a parte do município no Simples Nacional);
• Parcelamento em até 6 vezes dos valores devidos;
• Prorrogação da Taxa de Alvará e isenção da taxa para micro e pequenas empresas de baixo impacto ambiental;
• Prorrogação do vencimento do IPTU para todos os comércios e empresas;
• Possibilidade de parcelamento e isenção de multas e juros para empresas inadimplentes com tributos municipais.

Em Lagoa da Prata, a ACE/CDL fez recomendações por meio de uma cartilha com medidas e alternativas para o negócio do empreendedor não parar. São elas:

• Planeje com seus funcionários formas alternativas de venda;
• Não perca o contato com seus clientes;
• Não deixe o seu cliente na mão;
• Delivery, Delivery e Delivery;
• Use bem a internet;
• Garanta a segurança e conquiste a confiança;
• Flexibilidade para os colaboradores;
• Crie uma força tarefa no digital;
• Se prepare para quando tudo isso passar;
• O consumo não para. Inove para atender;

Medo assola comércio

Antes do decreto do governador do Estado, alguns comerciantes de Lagoa da Prata adotaram a recomendação da ACE/CDL e fecharam os estabelecimentos. No entanto, desde o início da última semana, o movimento nos estabelecimentos havia diminuído consideravelmente. Em uma conversa com a sócia da loja Bárbara Langerie, Bárbara Iza Rezende, que aderiu ao fechamento, ela informou que o movimento na loja estava bem fraco, mas que as entregas estão dando certo. “Algumas pessoas estão fazendo suas compras online ou solicitando condicional”. Mas antes disso acontecer, Bárbara afirmou que cumpriu com todos os cuidados de higiene recomendados. “Na loja, estávamos esterilizamos maquininhas e balcões sempre que cliente vinha à loja, deixamos também álcool disponível e cuidamos das funcionárias com tudo que nos foi recomendado”, contou. Ela finalizou afirmando sobre o medo em relação a economia. “Tenho medo, pois é muito claro que já afetou o comércio de forma significativa, a cidade está vazia”, finalizou ela.

Para o proprietário da Academia Estação Trainning, Alencar de Castro não é diferente. Ele contou à redação que suspendeu as atividades da academia por tempo indeterminado, de acordo com orientações da Prefeitura Municipal. “Percebemos uma queda acentuada no movimento. E no último dia de operações, acredito que não tivemos 20% de frequência diária. Como tudo na vida passa, certamente passaremos por esta difícil etapa e em breve retornaremos com força total”, finalizou Alencar.

Funcionários de supermercado e posto de gasolinas cobram medidas de proteção mais firmes

Após o decreto Estadual, diversos trabalhadores ficaram resguardados e puderam se proteger do vírus, trabalhando dentro de casa. No entanto, esta realidade não é para todos. Os funcionários de supermercados estão muito preocupados com a exposição, e mais que isto, reclamam da falta de medidas de proteção, que deveriam ser adotadas pelos gerentes e empresários.

Na última semana, colaboradores de uma rede de supermercados interromperam suas atividades, mesmo com o local cheio, para cobrar ações mais firmes da empresa.
“A cidade toda está de quarentena em suas casas e apesar de estarmos cientes que o supermercado não pode fechar, ficamos preocupados, pois o local está cada dia mais cheio. O nosso álcool em gel estava acabando e os gerentes falaram que não tinha mais. Ficamos super preocupados porque estamos muito expostos, precisamos de luvas e máscaras para todos”, afirmou a operadora de caixa, Daniela Santana.
Ela ainda completou que atende pessoas de diversas cidades e falta cuidado e orientação. “A gerência está preocupada com as vendas, ninguém orienta ninguém. Além disso, alguns clientes não tem cuidado e tossem em cima das operadoras. As pessoas não estão cientes do que é esse vírus. Acho que ninguém está levando a sério”, finalizou.

Após a manifestação dos colaboradores, a gerência ofereceu máscaras, álcool em gel e limitou a entrada de pessoas no estabelecimento. A situação também está ocorrendo nos postos de gasolina de Lagoa da Prata. Da mesma forma, os colaboradores não estão recebendo os cuidados necessários, o que pode auxiliar na proliferação do vírus. Conforme uma mulher que não quis se identificar, semanalmente ela abastece e a situação é a mesma em vários postos da cidade. “Os postos de Lagoa da Prata não estão adotando as medidas recomendadas. Ninguém está usando luvas e máscaras. Os funcionários ficam muito expostos e os clientes também”, concluiu.

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