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Divinópolis – Siderurgia não deve se recuperar de crise até o fim do ano

Estimativa é da Fiemg regional Centro-Oeste e sindicato dos metalúrgicos. Setor convive com demissões desde crise econômica em 2008.

 

 

Desde a crise econômica que atingiu os países em 2008, o setor de siderurgia em Divinópolis ainda busca se estabilizar e as previsões para este ano não são positivas. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), regional Centro-Oeste, atualmente o setor é o responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do município.

Em Junho deste ano o G1 mostrou que o declínio das siderúrgicas resultou em demissões na região, pois na época, dez das 17 empresas da região estavam com as atividades suspensas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Metalúrgicas de Divinópolis, Anderson William dos Santos, desde 2013 até hoje, 2.195 profissionais foram demitidos enquanto houve 491 contratações.

Segundo o coordenador político e administrativo do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Metalúrgicas de Divinópolis, Anderson William dos Santos, de novembro do ano passado até este ano quatro siderúrgicas da cidade já fecharam as portas.

“É um momento difícil para o setor e isso desaquece não apenas a siderurgia, mas impacta também na economia local. É um efeito dominó, porque sem empregos no setor, as pessoas também param de comprar e isso atinge outras áreas como, por exemplo, o comércio”, disse Anderson.

No mês passado, outra siderúrgica de Divinópolis, que atua há 50 anos na cidade, entrou com um pedido de recuperação judicial. Segundo o diretor Flávio Silvino, o motivo foi um endividamento bancário.

[pull_quote_left]O endividamento vinha sendo renegociado com os bancos credores, que nos últimos meses tomaram atitudes como cobrança abusiva de juros e retenções de recebíveis em conta vinculada que minaram a capacidade financeira da empresa. Diante da situação não restou outra opção para a empresa senão o pedido de recuperação judicial, de forma a garantir a continuidade das operações da empresa[/pull_quote_left]

“O endividamento vinha sendo renegociado com os bancos credores, que nos últimos meses tomaram atitudes como cobrança abusiva de juros e retenções de recebíveis em conta vinculada que minaram a capacidade financeira da empresa. Diante da situação não restou outra opção para a empresa senão o pedido de recuperação judicial, de forma a garantir a continuidade das operações da empresa”, explicou.

Ainda segundo o diretor, a demissão de dez funcionários não está ligada ao pedido de recuperação judicial, mas à readequação da siderúrgica por conta da queda na demanda do setor. O pedido foi deferido pela Justiça e a siderúrgica trabalha na elaboração de um plano de recuperação.

Para Anderson, a crise vivenciada pelas siderúrgicas da cidade ainda é um reflexo da crise enfrentada pelo setor em 2008.

“Este é um ano atípico, porque além das eleições ainda realizamos uma Copa do Mundo no país e isso são ocasiões difíceis que influenciam na recuperação do setor. Por isso nossa expectativa não é das melhores para a recuperação do setor ainda em 2014”, relatou.

O mesmo foi observado pelo presidente da Fiemg Regional Centro-Oeste, Afonso Gonzaga. “Não houve nenhuma melhora nos últimos anos. Esse é um setor que depende do mercado internacional, principalmente dos EUA que são o maior comprador do ferro-gusa e essa melhoria no mercado internacional ainda não ocorreu”, analisou.

[pull_quote_right]Outro problema que o setor enfrenta é a taxação cambial, que não nos permite ser competitivo com outros mercados. Uma sinalização do ano só deve ser observada a partir do próximo ano, quando poderemos observar as tendências do mercado internacional e também teremos um cenário político nacional já definido[/pull_quote_right]

Ainda de acordo com Afonso, uma recuperação do setor até o fim de 2014 é improvável. “Outro problema que o setor enfrenta é a taxação cambial, que não nos permite ser competitivo com outros mercados. Uma sinalização do ano só deve ser observada a partir do próximo ano, quando poderemos observar as tendências do mercado internacional e também teremos um cenário político nacional já definido”, acrescentou.

 

Fonte: G1

 

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