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“Das 49 árvores que foram suprimidas, 42 estavam vivas”, afirma especialista de Lagoa da Prata

De acordo com o sargento Alessandro, do Corpo de Bombeiros de Formiga, o corte das palmeiras foi uma solicitação da gestão municipal, via Secretaria de Meio Ambiente.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, soltou uma nota onde justifica a poda das palmeiras. Fotos: Alan Russel

Após o corte de árvores na Avenida das Palmeiras, em Lagoa da Prata, ocorrido no dia 19 de fevereiro, o mestre em Ciências Ambientais Frederico Muchon e mais dois engenheiros agrônomos e um perito judicial realizaram um laudo técnico científico sobre o caso. Segundo Muchon, nenhuma das palmeiras apresentou nenhum vestígio ou indício de que estivessem em risco de queda, não foi encontrado nenhum tipo de problema estrutural nos troncos das palmeiras; nenhuma delas apresentava brocas; nenhuma delas aparentava anel vermelho; nenhuma delas apresentava podridão que pudesse colocar em risco a queda dessas palmeiras. “Nosso laudo é conclusivo, onde das quarenta e nove árvores que foram suprimidas, 42 estavam vivas, duas não foi possível afirmar que sim ou não, e cinco estavam mortas. Existe sim, como em qualquer árvore ou ser vivo vegetal de grande porte, o risco de quedas de folhas e os cachos de frutos secos. Isso é questão de manutenção, de limpeza pública”.

Frederico ainda explicou as atitudes a serem tomadas após a conclusão do laudo. “Em decorrência desse laudo, eu cidadão, estou entrando ainda esta semana com uma ação popular contra o Codema e o secretário municipal de meio ambiente, e eventualmente contra outras pessoas que vão depender de determinações e liminares ou aceites do judiciário. Nesta ação, eu estou pedindo liminarmente enquanto cidadão que sejam replantadas as palmeiras e que seja destituído o Codema e convocado a novas eleições. Se o Juiz vai deferir ou não eu não sei, mas da nossa parte enquanto cidadãos nós não vamos fechar os olhos a mais essa situação de decisões equivocadas do Codema e secretário municipal de meio ambiente”.

Entenda o caso

Não existem mais palmeiras na Avenida das Palmeiras em Lagoa da Prata

Reportagem: Alan Russel

Na tarde da última quarta-feira (19), a redação do Jornal Cidade recebeu diversas mensagens de cidadãos indignados, relatando que uma equipe do Corpo de Bombeiros estava realizando o corte de árvores na Avenida das Palmeiras. A reportagem do JC se deslocou até o local, constatou as denúncias e apurou os motivos que levaram os profissionais do Corpo de Bombeiros a realizar o corte de dezenas de palmeiras que há mais de 30 anos ornamentavam o calçadão que envolve o maior ponto turístico da cidade de Lagoa da Prata.

De acordo com o sargento Alessandro, do Corpo de Bombeiros de Formiga, o corte das palmeiras foi uma solicitação da gestão municipal, via Secretaria de Meio Ambiente. A equipe da prefeitura começou o corte e o Corpo de Bombeiros fez o trabalho de dividir os troncos em pedaços menores.

“Foi constatado via laudo técnico, que esses coqueiros estavam mortos, com bichos e com risco eminente de vir a cair. Fomos informados que aqui é um local onde a população costuma fazer caminhada e encaminhamos uma equipe para fazer uma vistoria mais detalhada onde avaliamos que existia risco iminente”, informou o sargento.

O mestre em ciências ambientais, Frederico Muchon, esteve no local onde aconteceu o corte das palmeiras e na ocasião gravou um vídeo que rapidamente foi amplamente compartilhado nas redes sociais. No vídeo, Muchon aponta que o corte das árvores foi uma atitude de extrema irresponsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, soltou uma nota onde justifica a poda das palmeiras. De acordo com o secretário Lessandro Grabriel, o fluxo de pessoas que praticam caminhada no calçadão do contorno da Praia Municipal é alto e as palmeiras estavam trazendo risco a essas pessoas. “Após o laudo de um engenheiro florestal, do Corpo de Bombeiros, ficou claramente evidenciado que as palmeiras já estavam mortas e isso oferece alguns riscos as pessoas que transitam pelo local. É importante ressaltar também que as palmeiras condenadas serão substituídas por árvores de espécies apropriadas para a área, evitando acidentes com carros, ciclistas e pedestres, além de oferecer uma arborização que, com certeza, trará uma visão mais bonita e harmoniosa”, concluiu o secretário.

O que diz a prefeitura

No dia 19 de fevereiro, o secretário de Meio Ambiente, Lessandro Gabriel, por meio da assessoria de comunicação da prefeitura de Lagoa da Prata, emitiu uma nota oficial sobre o caso. Leia na íntegra:

“A Prefeitura Municipal de Lagoa da Prata, diante da repercussão nas redes sociais sobre a retirada das palmeiras da Avenida do Contorno, vem a público prestar o seguinte esclarecimento: Recentemente, o Corpo de Bombeiros da cidade de Formiga esteve em Lagoa da Prata para avaliar as situações de risco devido às chuvas severas que estavam ocorrendo na nossa região. Foram vistoriados vários pontos da cidade, e os bombeiros identificaram perigo de queda das árvores no calçadão da Avenida do Contorno, pois é um local de grande circulação de pessoas. As Palmeiras que foram retiradas eram de espécie exóticas, com tempo de vida curto, e não apresentavam mais vitalidade.

No dia 13 de fevereiro de 2020 foi informada à Câmara de Vereadores de Lagoa da Prata a necessidade dos cortes das árvores. Foi juntada a documentação constando: Laudo técnico do engenheiro florestal e do Corpo de Bombeiros; ata da quadragésima oitava reunião do Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente (Codema), onde os membros assinaram deliberando unanemente a retirada das palmeiras; e a autorização da Secretaria de Meio Ambiente.

O risco de queda de árvores se tornou mais alarmante porque naqueles dias críticos de chuvas intensas e com vendaval, mais de cinquenta árvores tombaram na cidade. Só no bairro Marília foram registradas 23 quedas. As equipes das Secretarias de Obras e Meio Ambiente, juntamente com o SAAE, trabalharam duramente dia e noite retirando árvores das ruas, muitas casas ficaram sem energia elétrica e houve vários transtornos. Felizmente não foi registrado nenhum acidente com pessoas.

O replante nos locais onde foram retiradas as palmeiras será recomposta conforme deliberado em reunião do Codema , com árvores de espécies apropriadas para a área, evitando acidentes com carros, ciclistas e pedestres. Vale lembrar que Lagoa da Prata hoje possui um viveiro que produz aproximadamente 30 mil mudas de espécies nativas, frutíferas e de mata ciliar que são distribuídas gratuitamente em todo o território de Lagoa da Prata”.

 

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