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Com mudanças no formato e nova organização, 7º Motosunset trouxe dois dias de rock’n roll para Lagoa da Prata

A Praça dos Trabalhadores recebeu nos dias 6 e 7 de junho, a sétima edição do Encontro Nacional de Motociclistas de Lagoa da Prata, o Motosunset. A baixa temperatura não impossibilitou que o público marcasse presença para prestigiar o evento já consagrado no calendário cultural do município. Além de muitas motocicletas e rock’n roll, quem esteve nos arredores da Praia Municipal, pôde conferir exposições de carros antigos, praça de alimentação e espaço especializado para comercialização de produtos para os apaixonados pelas duas rodas.

Esse ano a Prefeitura Municipal abraçou de vez o evento e foi responsável pela realização do Motosunset, tendo como apoiadores o Moto Clube Rodas de Prata e Moto Clube Asas de Ícaro. Algumas mudanças aconteceram em relação à edição de 2018. A principal delas foi o uso da Praça Capitão Baia para receber o palco alternativo, montado em frente à Pista de Skate, que na ocasião recebeu bandas durante todo o sábado.

A atração principal do evento em 2019 foi o mineiro Wilson Sideral. O artista que é irmão de Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest, fechou a sexta-feira do Motosunset, agitando o público com muito pop rock. Além de sucessos de sua autoria, Sideral tocou diversas canções clássicas do rock nacional. Quem esteve na Praça de Eventos teve a oportunidade de ouvir versões de Cazuza, Raul Seixas e Legião Urbana na voz cantor e compositor, que já foi indicado ao Grammy Latino como melhor álbum de rock brasileiro pelo disco “Na Paz”, de 2002. 

Na sexta-feira, quem também subiu ao palco principal do Motosunset foi a banda Cash. Com muitos anos de estrada, a banda de BH passeou dos clássicos ao rock contemporâneo, dando ênfase aos principais hits das bandas do rock internacional.

Quem conhece bem o Motosunset e esteve mais uma vez prestigiando o evento foi o “casal estradeiro”, como se autodenominam Lourival e Aparecida Lopes. Lourival, que mora no distrito dos Esteios e conhece bem o universo motociclista, participa do Encontro de Motociclistas de Lagoa da Prata desde a primeira edição, em 2013, e ajudou na organização do evento em 2015 e 2016. De acordo com o casal, neste ano o evento veio diferente e precisará de uma adaptação do público ao novo layout. “O Motosunset continua maravilhoso e é um dos eventos motociclistas mais charmosos de Minas, mas vai precisar de certo tempo para que as pessoas se adaptem ao novo formato e distribuição dos palcos e atrações”, completou Lourival.

O segundo dia do Motosunset levou um público ainda maior à Praça dos Trabalhadores. Três bandas subiram ao palco principal, enquanto o palco alternativo recebeu cinco bandas que botaram o público para bater cabeça. A musicista e produtora cultural lagopratense Carol Schineider, foi quem abriu a noite de apresentações no palco Sunset, com uma banda composta por músicos da cena lacustre. Carol que é conhecida no cenário regional, seja pelo trabalho nas bandas em que toca ou no projeto “Kombinha Janis”, teve participação ativa no evento motociclista esse ano. Além da apresentação no palco principal, Schineider mandou seu som com a banda Hydra e com a banda Bicho Mecânico de Asas, no palco alternativo.

Após a apresentação de Carol Schineider, chegou a vez da banda mais aguardada da noite. Figurinhas carimbadas no Motosunset, a banda Cabal Tribal subiu ao palco e novamente fez um show para encher os olhos e ouvidos do público presente, que mesmo com o frio intenso, não deixou de curtir com as músicas autorais e sucessos do rock internacional. Hugo Moreira é guitarrista da Cabal e conta que é a quarta vez que toca no encontro de motociclistas de Lagoa da Prata. “Estou na Cabal desde 2014 e um fato interessante é que minha entrada na banda aconteceu justamente por causa do Motosunset. Em 2014, na véspera do evento, o antigo guitarrista não pôde tocar. Fui chamado pra substituí-lo na ocasião e acabei ficando na banda até hoje”, explicou Hugo. Além de 2014, os Cabais se apresentaram no evento em 2017 e 2018. A Cabal é a banda de rock mais antiga e atuante de Lagoa da Prata. De acordo com o guitarrista Hugo Moreira a banda vem com muitas novidades para o segundo semestre de 2019. “No mês de julho, depois de dois anos, terminamos o processo de gravação do nosso álbum no conceituado estúdio Sonastério. O disco é composto por sete músicas autorais, sendo que três delas já foram lançadas e já podem ser ouvidas em qualquer plataforma de streaming ou rede social”, completou.

Quem veio de longe curtir o evento não se arrependeu. Camon Apollo é motociclista do Moto Clube Falcões da Canastra, da cidade de Capitólio. Juntamente com mais três pessoas, Camon prestigia o encontro pelo segundo ano seguido e gostou do que viu. “Sempre rodamos pela região e o evento de Lagoa da Prata é muito famoso. É um encontro de uma grandeza que impressiona a quem participa. A galera de Lagoa é muito animada e muito receptiva. É sempre um prazer vir aqui, seja no Motosunset ou em outras datas”. Camon também ressalta a harmonia do universo motociclista e como o Motosunset sintetiza isso. “O motociclismo é uma família onde todos se ajudam e se completam. Eventos como o esse servem como uma comunhão para nós que gostamos de pegar estrada e acelerar. Hoje mesmo reencontrei amigos que a gente só vê no trecho. E é bem gostoso encontrar amigos que assim como eu, são apaixonados por motociclismo. Aqui a gente celebra a harmonia e união. É isso que o motociclismo nos proporciona”, completa Camon.

Palco Alternativo

Como citado anteriormente, o palco alternativo recebeu uma nova roupagem e espaço no Motosunset 2019. Montado na Praça Capitão Bahia, de frente à Pista de Skate, o espaço recebeu as bandas lagopratenses: Hydra, Bicho Mecânico de Asas e Sapo Antunes; e de Arcos vieram as bandas Hangover e Mad Chicken para mandar o som para o público do evento. Muita gente estranhou o novo formato. A distância do palco alternativo e falta de sinalização e informação comprometeu um pouco a participação do público no palco montado de frente à pista. Houve atraso nas apresentações marcadas para começar às dez horas da manhã. E em alguns momentos, os horários das bandas do palco principal e alternativo chocaram, impossibilitando o público de acompanhar determinadas apresentações. Daniel Ribeiro, baterista que se apresentou no palco principal com Carol Schineider e com a banda Cabal Tribal, acredita que a mudança do local do palco alternativo foi interessante, porém faltaram alguns fatores para que o espaço tivesse mais notoriedade. “O palco ficou muito isolado e acaba que não tinha estrutura adequada, como praça de alimentação e outros elementos para atrair o público para o novo espaço”. Bell, como é conhecido o baterista, salienta que para a próxima edição poderia haver algumas mudanças. “Em relação a produção para o próximo ano, eu vou repetir a fala de muitas pessoas que gostam e curtem o evento: A divulgação deve vir com um pouco mais de força. Faltando uma semana para o Motosunset muita gente vinha me perguntar quando seria o evento. Essa falta de divulgação prévia faz com que muitas pessoas não se organizem para curtir o evento e, consequentemente venham a marcar outros compromissos, como viagens, por exemplo. E em relação ao palco alternativo, a organização precisa ter um pouco mais de cuidado no que tange a produção, e que dê maior notoriedade ao palco por onde passou muitas bandas de qualidade”, completa Bell. 

Carol Schineider, que se apresentou nos dois palcos do Motosunset, também concorda que a organização pecou um pouco no que tange ao palco alternativo. “Sempre existiram os dois palcos, porém o palco alternativo ficou meio longe, meio fora de mão e fora do caminho do pessoal que transitava na Praça dos Trabalhadores. Pode ser que seja experimental, mas faltou um pouco de informações para que o público chegasse de fato no palco alternativo. Isso contribuiu para que poucas pessoas comparecessem aos shows de frente à pista”, explicou.

Mas mesmo com alguns contratempos, as bandas que mandaram o som no palco alternativo fizeram sua parte e abrilhantaram o Motosunset 2019. Um exemplo é a banda lacustre Sapo Antunes, que depois de um hiato de quase três anos, subiu novamente ao palco e fez o público bater cabeça ao som de muito Rock’n Roll. Manuno Borges, vocalista da Sapo Antunes, ficou feliz com o resultado. “Quase virei do avesso. É muito bom tocar. Estávamos parados já há algum tempo com a Sapo Antunes, e ver os amigos todos curtindo o som lá embaixo é muito gratificante”. Na oportunidade o vocalista confessou que em breve vem coisa nova por aí. “Estamos com três músicas novas, autorais, que a gente pretende gravar e apresentar para o público”. 

E falando em som autoral, quem mais uma vez se apresentou no palco alternativo do Motosunset com um repertório 100 por cento próprio, foi a banda “prata da casa” Bicho Mecânico de Asas. Com um som psicodélico, acompanhados de sintetizadores e distorções, a banda mais uma vez mostrou a força do autoral para o público presente, mostrando que Lagoa tem músicos de qualidade, que produzem material denso, com composições próprias, contribuindo ainda mais para o crescimento do cenário cultural de Lagoa da Prata.

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