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Cobrança de turistas para entrar em ‘praia’ de Lagoa da Prata desagrada

Suposto aumento de R$ 10 para R$ 30 causou mobilização em rede social. Para comerciantes, tarifa é prejudicial; valor é investido no local, diz Prefeitura

Turistas que quiserem ir à Praia Municipal de Lagoa da Prata devem pagar uma taxa de R$ 15. A cobrança, bem com a confecção de carteirinhas de moradores que não nasceram na cidade, desagradam cidadãos e comerciantes, que afirmam que a tarifa afasta visitantes e prejudica os negócios.

Há muitos anos turistas que frequentam o espaço pagavam R$ 10. O preço foi reajustado em outubro deste ano. O valor de R$ 30 chegou a ser anunciado e comerciantes reivindicaram a queda do preço. No entanto, a Prefeitura informou que nunca cobrou o valor, afirmou que o que foi publicado foi um equívoco. Atualmente, o valor é de R$ 15.

O morador Lucas Rezende, que é proprietário de um estabelecimento próximo à praia, disse que a cobrança para turistas prejudica o comércio da cidade e se manifestou nas redes sociais. Ele afirma que nos últimos finais de semana as vendas caíram muito, pois os turistas consideram o preço alto, já que o banhista não pode entrar com alimentos nem bebidas.

“Há alguns dias a Prefeitura anunciou aumento da entrada por pessoa para R$ 30 e essa informação correu bem longe. O pessoal ficou assustado e não queria mais vir. Eu iniciei um protesto e conseguimos reduzir esse preço para R$ 15, mas a taxa continua alta. Todos os comerciantes que dependem do turismo da praia perderam muitas vendas com essa medida”, afirmou.

Quando viu o anúncio de R$ 30, a comerciante Angela Aparecida da Costa chegou a colocar uma placa de “vende-se” no restaurante. Ela afirma que a cobrança afasta o turismo da cidade e prejudica os comerciantes que dependem da Praia Municipal de Lagoa da Prata.

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Aumento de taxa desagrada moradores e comerciantes (Foto: Reprodução/Facebook)

“Quando a Prefeitura aumentou o valor para R$ 30, eu me reuni com outros comerciantes e procuramos a presidente da Câmara Municipal para tomar providências. Colocaram a placa em um dia e no outro dia retiraram, abaixando para R$ 15. Mesmo assim continua sendo um absurdo cobrar taxa para entrar na praia. O espaço não oferece nada para o turista, não tem estrutura. Nem levar comida ele tem direito e isso prejudica a gente, as vendas caem. Estou muito chateada, nós comerciantes ficamos muito prejudicados”, lamentou.

Cintia Hermann mora em Lagoa da Prata desde os dois anos, mas é natural de Oliveira. Por causa disso, ela precisa fazer a carteirinha para ir à praia gratuitamente, mas discorda da medida e também da cobrança para turistas. “Tenho vários amigos de Belo Horizonte e a praia é o único local que temos para levá-los, mas lá não oferece nada de diferente para estar cobrando. O turista entra apenas para se banhar na lagoa, que não é bem tratada e ainda tem risco das pirambebas. Eu mesma já fui atacada pelo peixe. No local não pode levar comida nem bebida e lá não tem restaurante. Acharia justo pagar o preço se a praia oferecesse infraestrutura adequada”, comentou.

Manifestação em rede social
Após o anúncio de aumento da taxa para R$ 30, o comerciante Lucas Rezende se manifestou nas redes sociais, dizendo que comerciantes que trabalham dentro e fora da praia seriam prejudicados.

“Querem acabar com o turismo isso é fato e estão prejudicando as famílias que atuam por ali há mais de 20 anos. Isso é uma vergonha, fica aqui a minha indignação e de todos os comerciantes atuantes na região da praia, vergonha, não pode e não vai ficar assim”, comentou.

Após a postagem do morador, centenas de pessoas fizeram comentários em apoio à opinião dele. Surgiram comentários como “Nem em litorais brasileiros existe essa cobrança”, “Cobrar para entrar em local público prefeito?”, “Talvez se a ‘prainha’ tivesse mais estruturada e fosse mais cuidada, até valeria a pena” e “Se fosse uma taxa mais barata que tivesse retorno e melhorias pra praia, mas isso aí é um abuso já”.

Justificativa da cobrança
De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, a cobrança é realizada há muitos anos, de acordo com a Lei nº 674, de 1977, quando a Praia Municipal foi criada. Segundo a Secretaria de Cultura e Turismo, o local recebe cerca de 150 a 200 pagantes aos finais de semana.

A Prefeitura ainda informou que pessoas naturais de Lagoa da Prata podem apresentar apenas o documento de identidade. Já em casos de pessoas que não nasceram, mas moram na cidade, para entrar gratuitamente é preciso fazer a carteirinha na sede da Secretaria de Cultura e Turismo, localizada no Terminal Turístico.

A medida, de acordo com a Prefeitura, tem o objetivo de gerar renda para o município, sendo que os recursos podem ser utilizados para a conservação e a segurança no local. Nos primeiros anos desta administração não estava havendo a cobrança das carteirinhas devido à reestruturação da praia, que passou por reformas, conforme a assessoria.

Para garantir a fiscalização, foi instalada uma catraca na portaria, além de haver a presença de porteiros. A informação sobre o uso da carteirinha está sendo intensificada no verão, estação em que o número de visitantes aumenta. “Todo ano nós intensificamos a informação, pois existem muitas pessoas de outros estados que residem em nossa cidade, mas não tem conhecimento da carteirinha”, informou a Prefeitura.

Por: G1

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