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Casal que agrediu médica na UPA de Lagoa da Prata é condenado

O fato aconteceu em agosto de 2020. Na ocasião, a médica foi agredida por paciente que disse ter sido atendida com grosseria. Casal foi condenado a prestar serviços comunitários.

Nesta terça-feira (9), foi realizada audiência preliminar para julgar um caso de agressão física que aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lagoa da Prata, em agosto do ano passado, contra uma médica no exercício da profissão.

Ficou determinado que os autores do fato, ou seja, a paciente e o marido, devem responder pela agressão em liberdade, prestando serviços comunitários. O período estabelecido, tanto para a autora quanto para o autor, é de dois meses, à razão de oito horas de trabalho por semana. 

O caso foi julgado pelo Juizado Especial Criminal da Comarca de Lagoa da Prata, órgão responsável por julgar infrações de menor potencial ofensivo. 

Entenda o caso 

Conforme noticiado à época pelo Jornal Cidade, no dia 28 de agosto de 2020, a Guarda Civil Municipal foi chamada para atender uma ocorrência na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lagoa da Prata. A queixa era de que uma médica havia sido agredida enquanto exercia suas atividades profissionais. Na ocasião, a paciente que cometeu a agressão afirmou que se exaltou porque chegou na unidade passando muito mal, com fortes dores no peito e foi tratada com grosseria pela médica. “Fui tratada com grosseria, a médica colocou o dedo na minha cara e gritando comigo falou que não iria me atender porque meu marido estava ao meu lado me amparado”, disse a autora. 

Uma outra paciente que estava na unidade e presenciou a agressão confirmou a versão da paciente e afirmou que a médica não quis prestar atendimento porque seu marido a estava acompanhando. Por conta da pandemia, à época, a unidade não permitia a presença de acompanhantes. 

A médica, em contato com o Jornal Cidade, relatou a sua própria versão dos fatos e onda de ataques que sofreu nas redes sociais.

Ela explicou que a paciente e o seu esposo deram entrada na UPA sem passar pela recepção – passando pelo portão eletrônico sem permissão – e preencher a ficha para o início do atendimento. Além disso, eles se recusaram a passar pela triagem do protocolo Manchester. A médica acrescenta que desde o primeiro contato com a equipe, os autores apresentaram uma conduta ameaçadora e que em nenhum momento o atendimento foi negado.  Ela explica que foi exatamente o contrário, já que a paciente expressou, em voz alta, inclusive, que não queria ser atendida por ela. A médica, diante disso, disse que outro profisisonal poderia atendê-la, se fosse da sua vontade. Foi então que a agressão teve início.

“Havia dois médicos na unidade, e como previsto no Código de Etica Médica, em caso de ameaças, o paciente deve ser encaminhado a outro profissional. Numa tentativa de conversa, a paciente que dizia estar passando mal, me jogou na parede, deu murros, tapas e chutes, enquanto seu esposo me segurou pelo pescoço contra a parede. As agressões sóq terminaram quando um enfermeiro conseguiu me tirar de lá. Posteriormente, ao passar pelo corredor, a paciente cuspiu em mim e me deu um chute. Após isso, tive que lidar com inúmeras mensagens ofensivas nas redes sociais, de pessoas concordando com a atitude dos agressores, dizendo que fariam até pior”, relatou a médica vítima da agressão.

(Fonte: Facebook/Divulgação)

 

Em meios às inúmeras ofensas recebidas nas redes, a médica contou com a solidariedade dos colegas, do CRM e do Sindicato dos médico. Devido ao trauma, desde o ocorrido, ela decidiu não trabalhar mais na UPA de Lagoa da Prata.

 

Médicos e sociedade civil compartilharam nas redes sociais imagens das agressões e texto de repúdio ao ato de violência na UPA. (Foto: Reprodução/Internet).

 

 

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