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Biosev e trabalhadores assinam acordo coletivo

Entrada da Biosev - unidade Lagoa da Prata. (Foto: Arquivo Jornal Cidade).

Depois de tantas discussões entre Biosev e Sindicato de Classe sobre as mudanças nas contratações dos funcionários, a empresa e os trabalhadores firmaram nesta semana um acordo. Para entender o andamento das negociações, a redação do Jornal Cidade teve acesso a uma entrevista cedida pelo presidente do Sindicato Rural dos Trabalhadores de Lagoa da Prata, Nelso Rufino, na Rádio Veredas FM, no dia 29 do mês passado.

Durante a entrevista, Nelso disse que os trabalhadores estavam tendo perdas devido a uma mudança feita pelo Governo Federal, ocorrida em novembro do ano passado, e, por isso, a empresa havia feito cortes nos salários dos empregados, um valor que, segundo ele, beira 22%. “Ela (a Biosev) não é a primeira a fazer isso, e veio apresentar para a gente que não ia mais pagar. Com a força do trabalhador, conseguimos manter esse corte de 22% como uma variável em cima do vale alimentação”, explicou o sindicalista.

SALÁRIOS MANTIDOS

Nelso também disse que as vagas de emprego e os salários foram mantidos. “Conseguimos manter as vagas de emprego também, que é uma proposta da empresa, para manter a mão de obra da cidade, e temos uma variável, vários empregados vão pegar vale alimentação. Com isso, conseguimos ser o maior valor da região, começando com R$ 581 chegando até a 1180, para quem tem salários maiores. Tem gente questionando porque quem ganha mais fica com mais: Porque quem ganha mais vai ficar com mais. Porque o que estávamos perdendo era à hora de transporte, que foi revertida para o vale alimentação”, continuou.

Conforme explica o presidente, ao invés de continuar pagando como hora de transporte, com reflexo nas férias e no décimo terceiro, o sindicato em parceria com a Usina resolveu deixar o mesmo valor que eles ganhavam, mas em cima do vale alimentação. “Conseguimos manter o plano de saúde, o vale alimentação, e a empresa vai manter a homologação no sindicato e também a questão da jornada de trabalho. Essa hora de transporte é aquela que o governo federal falou que não precisa mais pagar. Ela ficou como variável” argumentou.

DIFERENÇAS SALARIAIS

Um ponto importante durante a entrevista foi em relação à diferença salarial dos colaboradores, mas segundo o sindicalista, esse assunto não poderia ser discutido devido às mudanças feitas pelo Governo Federal na legislação. Com a reforma trabalhista, o Governo liberou as empresas a dispensar os funcionários e recontratar no ano seguinte. “Isso aconteceu esse ano”, lamentou Nelson, e disse que muitas pessoas têm perguntado a ele se existe a obrigação de ser com o mesmo salário de antes. “Não tem mais aquela obrigação, tem que entender que quando tem uma lei federal que estipula que não é mais preciso pagar seu funcionário o valor que você paga, não vai pagar porque a lei está do lado, diz.

EMPREGABILIDADE

Sobre o número de vagas de empregos atualmente na usina, Rufino disse que nos últimos anos todas as empresas estão encolhendo a mão de obra. “A usina vai manter os empregos, inclusive, já temos propostas de emprego. Mas pensar que teremos quatro mil empregados dentro da Biosev isso é impossível”, comentou.

Nelso termina a entrevista com uma notícia não tão boa para os trabalhadores. Para ele, a dispensa no final da safra é um fato sem discussão. “Todo ano tem essa redução, não tem jeito é o ritmo do corte de cana. Não tem como a usina ficar hoje com 1.040 funcionários se não tiver necessidade”, terminou.

Em contra partida, a Biosev disse que com a Reforma Trabalhista, as horas in itinere deixaram de ser devidas a todos os trabalhadores de todos os setores de negócio, desde novembro de 2017. Entretanto, mesmo após o término da vigência dos acordos coletivos com os Sindicatos Rurais de Japaraíba e Lagoa da Prata em fevereiro de 2018, que ainda estava em negociação entre as partes, a Biosev de forma espontânea, em março de 2018, realizou o pagamento de indenização compensatória aos colaboradores elegíveis desses municípios – trabalhadores com contratos maiores que um ano, conforme a Lei Trabalhista. Ainda conforme a companhia, para minimizar os impactos decorrentes da Reforma Trabalhista, a empresa ainda ofereceu aos Sindicatos envolvidos, uma contrapartida de fazer Vale-Alimentação Suplementar, obedecendo às respectivas faixas salariais, pelo período de um ano, para os empregados que efetivamente tiveram a perda. A empresa finalizou a nota reforçando que mantém o espírito de diálogo aberto e transparência que sempre norteou as suas relações com partes interessadas e continua disponível para as negociações, conforme descrito na nota.

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