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Bilá Bernardes, poeta santantoniense, lança livro sobre o AI-5

Escritores lançam livro na Assembleia Legislativa na terça-feira (13)

Força do acaso. Cinco poetas se encontraram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais dia 1 de abril de 2014, em um evento sobre os 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Entre conversas, surgiu o papo sobre o AI-5, a ideia de publicarem um livro e pronto. O tempo passou, e entre uma cobrança de um e de outro, as ideias fluíram.

E na próxima terça-feira (13), às 19h, os poetas mineiros Bilá Bernardes, Helenice Maria Reis Rocha, Irineu Baroni, Petrônio Souza Gonçalves e Rogério Salgado estarão autografando o livro “AI-5”, da Baroni Edições, em evento que será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, na Rua Rodriguês Caldas, 30, Belo Horizonte.

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Capa e contracapa do livro AI-5 – Foto: Alerson Pereira

O livro “AI-5” tem prefácio de Nilmário Miranda e relembra os 48 anos do Golpe dentro do Golpe e, em versos, refaz a tragédia política que se abateu sobre o Brasil durante mais de 20 anos.

Com capa e projeto gráfico do poeta e arte designer Irineu Baroni e organização do poeta Rogério Salgado, o livro tem como convidados a poeta e artista plástica Neuza Ladeira, uma das vítimas da ditadura e do AI-5; Christina Rodrigues, historiadora, que traça um perfil histórico da época, e Dalva Silveira, escritora e pesquisadora, que faz uma análise sobre a influência do AI-5 nas artes no Brasil.

O Ato Institucional Nº 5, ou AI-5, foi o 5º de uma série de Atos emitidos pela ditadura militar brasileira nos anos seguintes ao Golpe Militar de 1964 no Brasil. O AI-5, sobrepondo-se à Constituição de 24 de janeiro de 1967, bem como às constituições estaduais, dava poderes extraordinários ao Presidente da República e suspendia várias garantias constitucionais.

Redigido em 13 de dezembro de 1968 pelo Ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva, o AI-5 entrou em vigor no governo do presidente Artur da Costa e Silva como represália ao discurso do deputado Márcio Moreira Alves na Câmara dos Deputados, em 2 de setembro de 1968.

No discurso, o deputado propôs um boicote ao militarismo (“Quando não será o Exército um valhacouto de torturadores?”) e pediu ao povo brasileiro que não participasse das comemorações do 7 de setembro. Claro que o decreto também vinha na esteira de ações e declarações por meio das quais a classe política fortaleceu a chamada linha dura da ditadura militar.

Ou seja: foi mais um pretexto para implementar medidas defendidas pelos militares desde julho de 1968. Era o instrumento que faltava para que a ditadura, centrada na figura do presidente, cassasse direitos políticos e interviesse nos municípios e estados. Sua primeira medida foi o fechamento do Congresso Nacional, até 21 de outubro de 1969.

Para a publicação, as discussões sobre o assunto permearam o diálogo entre os autores, que no livro optaram em mostrar de maneira livre seus poemas, não que falam do fato AI-5, mas que falam de toda e qualquer ditadura que tenha acontecido aqui ou acolá.

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Bilá Bernardes (sentada à direita) junto com os outros quatro autores que escreveram os versos – Foto: Alerson Pereira

OS AUTORES

Bilá Bernardes

Nasceu em Santo Antônio do Monte, de cuja Academia de Letras é membro. É Cônsul de Poetas del Mundo, Embaixadora Universal da Paz pelo Cercle Universeldes Ambassadeurs de la Paix – Suisse / France.

Helenice Maria Reis Rocha
Começou a fazer poesia aos sete anos. Em 1975, entrou na Faculdade de Letras da UFMG. Clima de medo. Lembra-se de ter tentado assistir a uma palestra e da Universidade cercada por policiais.

Irineu Baroni
Mineiro de Belo Horizonte, poeta, contista, repórter fotográfico. Aos 16 anos, vivenciou o “arrocho” imposto pelo AI-5. Ainda estão vivas em sua lembrança as várias vezes em que policiais cercaram as saídas da escola onde estudava.

Petrônio Souza Gonçalves
Jornalista e escritor, este irrequieto belorientino viveu os tempos da abertura, quando foi tomado por uma maturidade cívica, política e social, e aprendeu a ouvir artistas, jornalistas, pensadores, políticos e escritores que se destacavam naquela época.

Rogério Salgado
Nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ). Em 1980, com a morte da mãe, mudou-se para Belo Horizonte. Em 1983, criou a revista Arte Quintal junto com dois amigos. Publicou em 2015 o livro de memórias Poeta Ativista, comemorando 40 anos de carreira literária.


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