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Artigo: Os Laços e os nós das relações

Flávia de Castro Silva – CRP 04/45856 Psicóloga e atende no Espaço Crescer/ Maria Bruna Mota Pereira – CRP 04/45107 Psicóloga e atende na Clínica Reabilitar e ASAP

Quantas vezes nos deparamos com pessoas reclamando do marido, da esposa, do filho, do chefe ou de a um amigo? Acontece na fila do banco, do pão, nos encontros casuais no meio do trânsito, e frequentemente faz com que as pessoas busquem por terapia para solucionar a questão.

O ponto chave disso tudo é que, mesmo o incômodo sendo em relação ao outro, é necessário estar atento ao que é do próprio sujeito. Jung e Freud nos lembram que toda vez que eu aponto algo de mim no outro, é de mim mesma que estou falando. Isso significa que aquilo que me incomoda no outro é algo da minha própria personalidade. E por que fazemos isso, reclamamos de algo nosso sem saber que nos pertence? Porque é mais fácil projetar o inaceitável nos outros do que reconhecê-lo.

Assim, no decorrer de nossas relações humanas, seja no âmbito pessoal ou no trabalho, é muito comum que esses aspectos apontados e que as diferenças se tornem nós difíceis de desatar. O ser humano tem a triste mania de não querer dar o braço a torcer, de querer sempre estar certo e não admitir os erros. Estranha mania essa, pois é justamente a falha que nos faz mais humanos. E é tão bonito quando alguém admite um erro e pede desculpas. Bonito também desculpar o próximo.

Se cada um resolver hipervalorizar apenas o erro dos outros, os nós nunca serão desfeitos, e jamais serão refeitos em laços. Pois sim, meus caros, todo laço tem um nó por trás, em seu meio, o que implica dizer que para sermos laço precisamos do nó, que para amadurecermos e nos relacionarmos melhor precisamos aprender com cada nó que passa pelas nossas vidas.

Vem-nos à mente uma historinha muito bacana… Uma professora escreveu a tabuada de multiplicação do número 9 no quadro:

9×0 = 0

9×1 = 1

9×2 = 18

9×3 = 27

9×4 = 36

9×5 = 45

9×6 = 54

9×7 = 63

9×8 = 72

9×9 = 81

Ao terminar, escutou risos de seus alunos e questionou-os: “Por que vocês estão rindo?” E um mais corajoso respondeu:” Nossa, professora. Como você não sabe que 9×1 é igual a 9? Você errou!”

E sabiamente a professora disse: “Pois bem, meus queridos. Eu sei que o resultado de 9×1 é 9, mas eu errei de propósito. Sabem por quê? Para mostrar para vocês como temos a tendência a enxergar o erro e não enaltecer os acertos. Eu escrevi certo todas as outras nove vezes, mas foi o ÚNICO erro que eu cometi que chamou atenção.”

É muito interessante pensar nessa tendência horrorosa que temos em não valorizar as qualidades em detrimento dos erros. Como se existisse alguém perfeito. Na realidade, não existe. É ilusão viver com esse pensamento. E mais ilusório ainda é viver achando que a reclamação em relação à outra pessoa quer dizer que ela é quem tem que mudar. De fato, quem está errado deveria se corrigir, mas ninguém no mundo pode mudar o outro. O que cada um pode fazer é mudar a si próprio, pois a mudança só ocorre se existir desejo. Cada um deve por si só buscar pelo seu aprimoramento. O que vai proporcionar essa mudança também dependerá de cada sujeito: psicoterapia, coaching, religião, grupo, auto-observação… Não temos a resposta exata para essa reflexão. A mudança de João não se dá da mesma forma que a de José, pois o que funciona para um pode não funcionar para o outro. Não se pode cobrar de um peixe que voe e de um pássaro que nade, pois suas essências são diferentes.

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