Comerciantes percebem leve aumento de vendas e poupam contratações neste período natalino em Lagoa da Prata

Reportagem: Matheus Costa

Passou voando e já é dezembro! Com o Natal cada vez mais próximo, o fluxo de compras e clientela em lojas é maior em comparação às outras datas comemorativas do ano. Segundo a Revista Exame, o Natal é a segunda data que mais movimenta a economia no Brasil. Sem dúvida, o dia 25 de dezembro é a melhor época para presentear aquele ente querido ou a pessoa amada. Além disso, para os cristãos, é a data mais importante do ano.

Portanto, para saber como está a relação de novos empregos e contratações neste período, o Jornal Cidade conversou com o coordenador do Sine de Lagoa da Prata, Lucas Gontijo de Melo.

“Percebi que houve um aumento significativo com relação à 2018. Vagas como vendedores, recepcionistas, garçons, cozinheiras e atendentes são mais procurados nessa época do ano. Mas vale ressaltar que, apesar desse período fomentar mais a economia, não quer dizer que ela se estabilizou”, contou Lucas.

Porém, esta realidade não foi afirmada pelos comerciantes, que tem notado pouca movimentação nos estabelecimentos, devido a alta nos preços e a recente Black Friday.

A sócia e proprietária da franquia Cacau Show em Lagoa da Prata, Thalita Magno, disse ao Jornal Cidade que faz contratação de funcionários temporários todos os anos, mas que neste ano não viu necessidade. “Estou fazendo boas vendas de panetones, mas este ano eu ainda não contratei porque a economia está bem devagar e eu ainda não vi necessidade”, disse ela.

Por outro lado, o proprietário da loja Gávea Calçados de Lagoa da Prata, Alexandre Silva, conta que houve contratações inicialmente temporárias na loja graças ao movimento que o Natal traz. Com isso, aumentou-se por volta de 40% o quadro de colaboradores nessa época.

Apesar disso, Alexandre diz que o momento de recessão atrapalhou na hora da contratação.

“Com certeza o clima de recessão atrapalha na contratação porque é diretamente proporcional às expectativas de vendas, as quais são muito afetadas pelo contexto econômico. Como nós somos empresa de varejo, dependemos do consumidor final. E o consumo das famílias em geral é muito afetado nos períodos de crise e recessão econômica. Isso acontece porque muitas famílias ficam desempregadas e consequentemente o poder de consumo dessas pessoas que integram esses núcleos familiares ficam prejudicados. Há também, eventualmente, uma redução da remuneração na região em razão da crise. E como a cidade é dependente de grandes empresas, como a Pharlab, Usina, Embaré e também, sobretudo, a rifa, além dos servidores estaduais e municipais, então com certeza a recessão prejudica muito no consumo das famílias e na renda nas vendas do nosso ramo de calçados”, disse ele.

Alexandre ainda conta que tem observado uma tímida melhora nas vendas do comércio local. “A economia está passando a ganhar atração agora, as famílias estão encerrando um ciclo de endividamento. Temos tido uma melhora, mas não é tão significativa, principalmente no segundo semestre graças até mesmo aos saques permitidos pelo Governo Federal do FGTS”.

Ele ressalta ainda que “desde que a crise econômica surgiu em 2015, a gente tem verificado no mercado de calçados e no varejo em si que o consumidor está procurando um produto de alta qualidade, mas barato. Por isso, atualmente, estamos vendendo presentes numa faixa de R$ 30,00 a R$ 60,00”, finalizou.

Um levantamento feito em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que, este ano, 42% dos consumidores que vão presentar no Natal devem aderir à famosa brincadeira do Amigo Secreto — um aumento de 9 pontos percentuais em relação a 2018. Com isso, a previsão é de que cerca de R$ 7,5 bilhões sejam injetados na economia.