Alessandro Carvalho – Colesterol
O colesterol pode ser considerado um tipo de lipídio (gordura) produzido em nosso organismo. O colesterol está presente em alimentos de origem animal (carne, leite integral, ovos etc.). Em nosso organismo, o colesterol desempenha funções essenciais, como produção de hormônio e vitamina D. No entanto, o excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Em nosso sangue, existem dois tipos de colesterol:
- LDL colesterol: conhecido como “ruim”, ele pode se depositar nas artérias e provocar o seu entupimento
- HDL colesterol: conhecido como “bom”, retira o excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo o seu depósito e diminuindo a formação da placa de gordura.
Tipos
Podemos dizer que existem vários tipos de colesterol circulando no sangue. O total da soma de todos eles chama-se “Colesterol Total”. Como visto, colesterol é uma espécie de “gordura do sangue” e, como gorduras não se misturam com líquidos, o colesterol é insolúvel no sangue. Por isso, o colesterol precisa da “carona” de certas proteínas para cumprir as suas funções.
A associação entre proteínas e colesterol dá origem às chamadas lipoproteínas. Essas, sim, são aptas a viajar por todo o organismo via corrente sanguínea. As lipoproteínas – ou apenas colesterol – assumem algumas formas, sendo divididas em “bom colesterol” (HDL – high density, ou alta densidade) e “mau colesterol” (LDL – low density ou baixa densidade).
Pesquisas provaram que o bom colesterol (HDL) retira o colesterol das células e facilita a sua eliminação do organismo. Por isso, é benéfico. Já o mau colesterol (LDL) faz o inverso: ajuda o colesterol a entrar nas células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas de gordura. Justamente por isso, traz diversos malefícios.
Fatores de risco
Muitos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, como tendências genéticas ou hereditárias, obesidade e atividade física reduzida. No entanto, um dos fatores mais comuns é a dieta.
A dieta rica em colesterol inclui grandes quantidades de alimentos de origem animal: óleos, leite não desnatado e ovos. As gorduras, sobretudo as saturadas, contribuem para o problema do colesterol elevado.
A gordura saturada é um tipo de gordura que, quando ingerida, aumenta a quantidade de colesterol no organismo. Está presente, principalmente, em alimentos de origem animal. A carne vermelha, mesmo quando aparentemente “magra”, possui moléculas de colesterol entre as suas fibras e deve ser evitada. As margarinas light ou diet devem ser as escolhidas em substituição à manteiga.
As gorduras insaturadas estão presentes, principalmente, em alimentos de origem vegetal. Elas são essenciais ao organismo, mas o corpo humano não tem condição de produzi-las. É por isso que é necessário consumi-las na alimentação. A substituição de gorduras saturadas por insaturadas na dieta pode auxiliar a reduzir o colesterol no sangue. Quando quiser preparar um pão mais saboroso, prefira margarina light ou diet à manteiga.
Sintomas de Colesterol
O colesterol alto não apresenta sintomas, por isso, quem tem aterosclerose e obesidade, possui história de morte na família por infarto, é sedentário e/ou alimenta-se com ingestão exagerada de gorduras saturadas tem mais chances de ter colesterol alto. A aterosclerose não produz qualquer tipo de sintoma até que ocorra a obstrução de uma ou mais artérias. Aterosclerose é o endurecimento das paredes dos vasos causado pela deposição de gordura
Os níveis ideais de colesterol no sangue devem ser:
- Pacientes de alto risco: LDL abaixo de 70 mg/dL
- Pacientes de risco intermediário: LDL abaixo de 100 mg/dL
- Pacientes com baixo risco devem ter seus limites de colesterol individualizados pelo profissional.
São condições de alto risco:
- Doença aterosclerótica arterial coronária, cerebrovascular ou obstrutiva periférica, com manifestações clínicas (eventos CV).
- Ateroclerose na forma subclínica, significativa, documentada por metodologia diagnóstica.
- Procedimentos de revascularização arterial.
- Diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.
- Doença renal crônica.
- Hipercolesterolemia familiar (HF).
São considerados como de baixo risco aqueles com probabilidade menor que 5% de apresentarem os principais eventos cardiovasculares (doença arterial coronariana, AVC, doença arterial obstrutiva periférica ou insuficiência cardíaca) em 10 anos. Os pacientes classificados nessa categoria e que apresentem histórico familiar de doença cardiovascular prematura serão reclassificados para risco intermediário.
São considerados como de risco intermediário homens com risco calculado entre 5% e 20% e mulheres com risco calculado entre 5% e 10% de ocorrência de algum dos eventos citados.
São considerados de alto risco aqueles probabilidade de evento cardiovascular acima de 20% para homens e acima de 10% para mulheres no período de 10 anos.
Nos indivíduos de risco intermediário deve-se utilizar os fatores agravantes, que quando presentes (pelo menos um desses) reclassificam o indivíduo para a condição de alto risco:
- História Familiar de doença arterial coronária prematura (parente de primeiro grau masculino com menor de 55 anos ou feminino com menos de 65 anos)
- Critérios de Síndrome metabólica de acordo com a International Diabetes Federation (IDF)
- Microalbuminúria (30-300 µg/min) ou macroalbuminúria (>300 µg/min)
- Hipertrofia Ventricular Esquerda
- Proteína-C-Reativa de alta sensibilidade acima de 2 mg/dL
- Espessura íntima-média de carótidas acima de 100
- Escore de cálcio coronário acima de 100
- Índice tornozelo-braquial (ITB) abaixo de 0,9.
Complicações possíveis
Níveis elevados de colesterol estão associados a doenças coronarianas e aterosclerose. As recomendações habituais são para uma ingestão diária de colesterol inferior a 300 mg, quantidade que representa cerca de 50% da quantidade ingerida.
O colesterol, popularmente chamado de gordura do sangue, é uma substância gordurosa, esbranquiçada e sem odor. Não existe nos vegetais, apenas no organismo dos animais. Em pequenas quantidades, é necessário para algumas funções do organismo; em excesso, causa problemas.
Encontrado em todas as células do organismo, o colesterol é utilizado para a produção de muitas substâncias importantes, incluindo alguns hormônios e ácidos biliares.