Associação de pescadores de Lagoa da Prata denuncia poluição nos rios Santana e São Francisco
A AAPA (Associação Ambiental dos Pescadores do Alto São Francisco) fiscalizou as margens do Rio Santana e encontrou uma estranha matéria na correnteza e nas laterais do rio. Segundo o presidente da AAPA, Sebastião Carlos de Miranda, o Miquita, eles observaram que esse material escorria de uma vazante na lateral do rio.
A fiscalização teve início após a AAPA receber reclamações de pescadores que disseram que a matéria pegajosa grudava na rede, impedindo que o peixe fosse pescado e fazendo com que o pescador tivesse muito trabalho para retirar o resíduo dos fios da rede, além do prejuízo financeiro de não conseguir o pescado.
“Os pescadores profissionais que vivem da pesca estão perdendo todo o dia de trabalho só pra limpar a rede. O pescador tem que vir aqui no rio duas vezes e volta pra casa de mão vazias. Sem contar o trabalho para limpar a rede, que tem que ser feito o mais rápido possível para que o resíduo não seque e o pescador perca todo o trabalho. Por isso acionei a Polícia Militar Ambiental e autoridades do município para que ficasse registrado um boletim de ocorrência para as demais providências”, disse o presidente.
Miquita afirma que o resíduo está sendo lançado no rio por uma vala que vem de uma usina de açúcar. “Esse resíduo é um sub-produto da garapa que está sendo lançado no Rio Santana, próximo ao Rio São Francisco. A AAPA tem a obrigação de apresentar denúncia. O produto desce canalizado até a ponte de ferro, depois ele escorre pelo barranco em grande quantidade. O procedimento da AAPA é receber a denúncia, detectar e repassar à Polícia Ambiental. Já de posse do boletim de ocorrência, nós enviamos ao Ministério Público para que seja apurado o caso. Não sabemos se esse resíduo aqui é nocivo, mas se for pode estar, além do prejuízo aos pescadores, prejudicando o meio ambiente, e é isso que a AAPA vai apurar”, completou o presidente.
Assista ao vídeo feito pela AAPA:
Saulo, membro da AAPA, narra passo a passo a caminhada até a possível fonte do resíduo
O Portal TV Cidade também acompanhou a comitiva até o rio, que foi composta pela Polícia Militar Ambiental, pelo secretário municipal de Meio Ambiente Junior Nogueira, vereador Di-Gianne Nunes e membros da associação.
Segundo o Sargento Edmilson, da Polícia Militar Ambiental, a ocorrência foi registrada e a polícia iria procurar a empresa para ser comunicada da denúncia. A AAPA foi orientada a procurar o Ministério Público. De acordo com um representante da associação, uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais deve vir a Lagoa da Prata nos próximos dias para analisar a substância.
Adriano Santos – Jornal da Cidade, Lagoa da Prata.