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A inconsistência dos conflitos

Nilson Bessas Presidente do Conselho de Administração e Diretor Comercial/Financeiro do Sicoob Lagoacred Gerais. E-mail: [email protected]

Os conflitos pessoais dentro das organizações gastam as energias de seus profissionais inadequadamente e os levam a lugar nenhum

Crescer intelectualmente e fazer carreira profissional faz parte do plano de todo empreendedor, seja através de um negócio próprio ou seja como contratado de uma empresa. No entanto, este plano e sua realização, ao longo de uma trajetória, passa por desafios melindrosos em detrimento das dificuldades apresentadas nas rotinas diárias dentro do universo corporativo. Esses desafios originam das inconsistências das condutas pessoais dentro da empresa, não sendo fruto da soberania do mercado. Isso mesmo, grande parte dos obstáculos existentes para o bom exercício de uma função em uma empresa são causados pelos relacionamentos conflitantes entre os seus profissionais. Estima-se que grande parte da energia dos recursos humanos de uma organização seja usada de forma inadequada ou para reparar perdas operacionais oriundas do conflito entre os membros da própria equipe.

Dentre os desafios que toda empresa enfrenta, pode estar nos relacionamentos conflitantes o mais desgastante a ser trabalhado. Os conflitos nascem e crescem por motivos ignorantes e fazem os negócios emperrarem e não avançarem da forma que deveriam ou poderiam. As ameaças externas, sempre vistas como o maior desafio das corporações, são muitas das vezes, bem menos impactantes.

Esse fenômeno destrutivo ocorre mais quando o profissional, que exerce funções de liderança, não sabe atuar de forma prudente e inerente à função de líder. Ao optar pelo perfil autoritário, centralizador ou manipulador – consciente ou inconsciente – ele acaba imergindo num universo complexo e inoperante. Seus subordinados exercem suas funções sempre de forma tensa, deixando de lado o prazer em fazer com qualidade e excelência para dar lugar ao “fazer por fazer”. A partir deste fato, as atividades dentro das organizações são feitas e acontecem, porém, não da forma ideal. Os processos operacionais ficam lentos, os profissionais trabalham somente pela remuneração e a empresa vai perdendo o brilho e sobrevive devido a outros fatores potenciais que ela detém. Com isso, a empresa perde a vez de ir muito mais longe, de produzir e vender mais com a mesma estrutura e custos.

Neste contexto, uma análise mais completa da situação revela fatos inacreditáveis, onde pode-se detectar profissionais que preferem “perder a bola do que dar o passe para um colega da equipe fazer o gol”. Nestes casos, a inveja e o egoísmo predominam, pois a princípio, na concepção destes profissionais, o que mais vale é o brilho particular e não o sucesso coletivo. Evidentemente que essa atitude leva estas pessoas a caírem em suas próprias armadilhas, construídas ao longo de uma curta caminhada. Atitudes assim não faz vencedores, pois todos saem perdendo, inclusive a empresa.

Na ânsia de trabalhar e conter essas ameaças, inúmeras reuniões são feitas. Para tanto, esse tempo poderia ser utilizado para realizar reuniões estratégicas com o intuito de otimizar os processos operacionais para a melhoria da produção e das vendas. Isso seria bem mais produtivo, pois traria uma maior satisfação dos desejos dos clientes e um aumento do faturamento da empresa.

Diante desta eminente ameaça que mora dentro das empresas, os olhares dos seus líderes não podem se dispersar dos anseios humanos que envolvem os departamentos de RH. A solução para amenizar os impactos desta fraqueza corporativa está na clareza e transparência dos exemplos dados pelos gestores, bem como ter níveis hierárquicos reduzidos e resumidos. Quanto mais simples for a estrutura, melhor será. Além do mais, não se pode atribuir uma função de líder para alguém não preparado e nem se pode permitir injustiças entre as pessoas ou equipes. Tudo que prolifera atos negativos e inconsistentes deve ser combatido. Não obstante, a cultura organizacional, através da missão, visão, crença e valores deve estar muito bem implantada e praticada. Por fim, a empatia entre as pessoas dentro da organização  precisa ser efetiva. Colocar-se no lugar do outro é fundamental para que o respeito e a colaboração possam realmente existir.

Quando se for recrutar, escolher ou formar profissionais, bem como promover para cargos de autonomia, o mais importante não é a experiência e nem mesmo o conhecimento adquirido, embora tudo isso seja diferencial. Mas, o mais importante é escolher aquele que esteja mais preparado para gerenciar conflitos, inveja, egos elevados, individualismo, autoritarismo e pronto para canalizar as atitudes humanas de forma positiva, podendo somar forças e construir relacionamentos do bem, para o bem individual e coletivo.

Em geral, é extremamente importante e salutar usar uma comunicação clara em relação ao clima organizacional que se espera cultuar dentro da empresa. As equipes empresariais e os seus profissionais são formados para serem as soluções dos problemas e desafios oriundos da competitividade imposta pelo mercado e não serem os próprios causadores de problemas internos para a empresa. Não se pode permitir que alguém que seja contratado ou promovido para produzir e conter os conflitos de relacionamentos faça o contrário. Sabe-se que nem sempre é fácil resolver questões desta natureza, pois há pessoas extremamente talentosas no exercer de suas funções e que vivem gerando conflitos ou agarradas a algo polêmico. Sendo assim, não se pode esperar um mundo perfeito onde tudo possa ser controlado, mas, está no direcionamento contundente destas ameaças e fraquezas a efetividade de uma empresa saudável, geradora de riquezas, empregos e carreiras. A sensatez do convívio em grupo e a maturidade para “dar o passe” cabe a todos, não importando qual função ou cargo que ocupem. Mais importante de quem faz o gol é a vitória, e mais importante que a vitória é a conquista do campeonato. E ninguém, evidentemente, conquista um campeonato sozinho.

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