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90% dos partos realizados em Lagoa da Prata em 2014 foram de cesarianas

Atualmente, o percentual de partos cesáreos na saúde suplementar no país é de 84,6%

Levantamento feito pelo Hospital São Carlos, a pedido do Jornal Cidade, mostra que 9 em cada 10 crianças nascidas em Lagoa da Prata no ano de 2014 vieram à vida por meio de cirurgias cesarianas. O índice é maior do que a média nacional, que é de 84,6%, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar. A cesariana, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê. O parto prematuro aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade.

Começaram a valer no dia 6 de julho as novas regras estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que visa estimular o parto normal e reduzir o número de cesarianas desnecessárias. A Resolução Normativa nº 368 garante o acesso à informação das beneficiárias de planos de saúde (gestantes ou não) aos números totais e de percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por  estabelecimento de saúde e por médico. “O parto é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher e de sua família e nós acreditamos que, ao fornecer informações qualificadas à mulher, ao informá-la sobre os riscos que podem ser gerados em decorrência de um procedimento cirúrgico desnecessário, ela estará mais segura na decisão em relação ao seu parto”, afirma o diretor-presidente da ANS, José Carlos de Souza  Abrahão.

Simoni Inácio - Enfermeira
Simoni Inácio – Enfermeira

A coordenadora geral da enfermagem do Hospital São Carlos, Simoni Inácio da Cunha, comenta que o HSC já está preparado para atender as determinações da ANS e não haverá mudanças significativas para as gestantes. “A verdade é que não mudou nada para a usuária , mas obrigou a readequação das instituições no apoio ao parto normal. A gestante apenas assina o termo autorizando que será realizada a cesárea, como uma escolha dela mesma. Para nós, como instituição esperamos o aumento dos partos naturais e a humanização separa uma recuperação mais rápida. Durante o pré-natal o médico também avalia a situação gestacional e indica a melhor forma do parto acontecer, sendo de risco a opção será a cesárea”, afirmou.

Com a entrada em vigor da Resolução Normativa nº 368, as operadoras de planos de saúde, também serão obrigadas a fornecer o Cartão da Gestante e a Carta de Informação à Gestante, na qual deverá constar o registro de todo o pré-natal e exigir que os obstetras utilizem o Partograma, documento gráfico onde é registrado tudo o que acontece durante o trabalho de parto. Simoni ressalta que o partograma é adotado parcialmente pelo Hospital São Carlos. “Em partos cesarianos a gestante assina um termo de consentimento livre esclarecido para substituir o partograma. E nos partos normais são realizados os partogramas normalmente”, destacou a coordenadora.

O Jornal Cidade entrou em contato com dois obstetras de Lagoa da Prata, mas nenhum quis se manifestar sobre a aplicação da nova lei nos partos.

A lei ainda estabelece que as informações sobre as taxas de partos devem estar disponíveis no prazo máximo de 15 dias, contados a partir da data de solicitação. As instituições que deixarem de prestar as informações solicitadas em cumprimento à Resolução Normativa pagarão multa de R$ 25 mil de acordo com informações contidas no site da ANS.

Partos realizados em LP em 2014

Partos realizados em LP em 2011

Cesarianas: 193 (SUS) e 216 (particular/convênio) • Total: 409 (90,3%)

Normais: 38 (SUS) e 6 (particular/convênio) • Total: 44 (9,7%)

De 1 de junho a 18 de agosto de 2015:

Cesarianas: 31 (SUS) e 51 (particular/convênio) • Normais: 11

Lorena Alexandre, mãe do Estevão, seu primeiro filho, nascido no mês de julho.
Lorena Alexandre, mãe do Estevão, seu primeiro filho, nascido no mês de julho.

 

“O meu parto foi cesárea, mas minha escolha era o parto normal. Com 40 semanas eu não tinha dilatação e tive que fazer a cirurgia.”

 

 

 

 

 

Larissa Leite, 18 anos, no sexto mês de gestação do seu primeiro filho.
Larissa Leite, 18 anos, no sexto mês de gestação do seu primeiro filho.

 

“Decidi pelo parto normal porque acho mais saudável, tanto para mim quanto para o meu bebê.”

 

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