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Visita à minha sempre professora Maria Greco | Artigo

Foto: Ascom da Prefeitura de Santo Antônio do Monte

Tenho profunda gratidão e muito respeito por todos aqueles que foram meus professores, do ensino fundamental até a faculdade. Contudo, os que mais me marcaram foram os que descobriram o dom da poesia que eu trazia no peito e tentaram me estimular, como é caso da professora Maria Greco, mestra do tempo em que fiz “Admissão” na escola administrada pela saudosa Dona Maria Angélica de Castro, em Santo Antônio do Monte.

Cheguei à famosa “escola da Dona Maria” após concluir o ensino fundamental na Escola Waldomiro de Magalhães Pinto, onde Lenir Greco havia sido minha professora na última série e certamente falou à irmã Maria Greco sobre o aluno tímido que gostava de ler e escrever. Certo mesmo é que a sensível professora Maria Greco vislumbrou em minha poesia uma ferramenta em torno da qual eu poderia construir minha vida, lastreada pela consciência social, pelo respeito e amor ao próximo.

Daquele tempo pra cá, há mais de 50 anos, jamais deixamos de nos contatar pela vida afora, que costuma promover separações e distanciamentos, transformando pessoas amigas em gente apenas conhecida e muitas vezes nem isto. A professora Maria Greco e eu tivemos o bom senso de não nos perdermos um do outro, através do esforço da comunicação, apesar de nossos múltiplos afazeres.

Maria Greco é autora da orelha de meu romance “Lógica das borboletas”, uma forma de registro oficial da amizade que une professora e aluno. Outro dia, logo no início do ano de 2018, fui ao seu apartamento em Belo Horizonte e pude constatar o jardim fraterno que ela semeou no transcorrer de sua vida, atraindo um punhado de boas amigas e amigos, que como borboletas vão ao encontro de seu calor humano aberto em flor no âmbito de seu lar.

Horas a fio, minha esposa Nina e eu ficamos numa conversa cheia de lembranças com a professora Maria Greco e, durante todo o tempo, não paravam de chegar as vizinhas de prédio, que adentravam o apartamento de portas abertas com a liberdade e alegria de estar em sua casa. Fiquei encantado e contente, ao observar que a minha professora Maria Greco (também mestra da minha esposa Nina) havia levado a vida a minerar na bateia da existência, poeticamente, o raro ouro da amizade verdadeira – a maior riqueza que podemos alcançar no plano espiritual terrestre, do qual nada levamos, a não ser o aprendizado adquirido por intermédio da solidariedade, do afeto e da simples caridade de uma palavra amiga, como da professora Maria Greco ao aluno Carlos Lúcio: “Filho, você tem talento, você pode!” 

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