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Veículos abandonados podem agravar a situação da dengue

Sucatas de carros aumentam os criadouros do mosquito da dengue. Nas fotos, veículos abandonados em bairros de Lagoa da Prata.
Sucatas acumulam água, tornando-se ponto de proliferação do mosquito transmissor da doença

É comum andar pelas ruas das cidades e encontrar veículos abandonados que, junto aos depósitos de sucatas, agravam a situação da dengue. Além de serem contaminados com ácidos e derivados do petróleo, os veículos parados são propícios criadouros para o mosquito da dengue, que provoca mortes e agora transmite também o zika vírus.

O secretário de saúde de Lagoa da Prata, Geraldo de Almeida, afirma que os proprietários dos veículos abandonados que acumulam água respondem à mesma legislação que diz respeito às residências onde são encontradas focos de dengue. “Independente se é em casa, carro ou lote, será aplicada a legislação do código de posturas. Tem os depósitos de veículos, ferros-velhos, que são chamados de pontos estratégicos. São cadastrados na Vigilância Epidemiológica e a cada 15 dias fazemos o tratamento do local com inseticida”, afirmou.

DSCF4797De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lagoa da Prata, Janeany Almeida, são vistoriados quinzenalmente 29 locais, entre ferros-velhos, oficinas mecânicas e borracharias.

Para o comerciante Hugo Vegas os ferros-velhos deveriam ser vistoriados com mais intensidade. “A prefeitura deveria olhar os ferros velhos e funilarias. Aqui perto de casa, na saída para Luz. tem um ferro-velho a céu aberto, aí chove e as latas ficam cheias de água”, afirmou.

A lei complementar do Código de Posturas do Município de Lagoa da Prata, que  altera o parágrafo único do artigo 338 artigo, visa a fiscalização em depósitos de veículos, ferros-velhos ou carcaças privados. Caso a lei seja descumprida a multa será de R$281,66, que corresponde a uma Unidade Fiscal Padrão do Município – UFPM. A lei também é válida para imóveis residenciais, comerciais, industriais, estabelecimentos públicos e/ou privado. Em caso de reincidência da presença de larvas do mosquito Aedes aegypti a multa passa a ser duas vezes o valor. A lei também prevê que depósitos de sucatas, pneus e objetos afins somente serão autorizados a funcionar em locais cobertos, murados ou que possuam “cerca viva”, observadas as determinações do Plano Diretor, quanto à sua localização.

 

RECICLAGEM DE VEÍCULO

De acordo com a Administração Fazendária de Lagoa da Prata, o município possui uma frota de 29.039 veículos. Na maioria dos casos, quando eles se tornam inutilizáveis, os proprietários os abandonam em algum canto de rua, acumulando lixo e gerando acúmulo de água e animais peçonhentos.

No Brasil, cerca de 2,5 milhões de veículos (5% da frota) deixam de ser reciclados por ano. A conta é feita com base no percentual mínimo adotado em países desenvolvidos, como Japão e Estados Unidos, onde a taxa anual de reciclagem varia de 4% a 6% do total de automóveis, segundo levantamento do Departamento de Engenharia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).

O Departamento de Trânsito de Minas (Detran-MG) desenvolve um projeto-piloto em parceria com o Cefet para colocar em prática a Lei do Desmonte (12.977/14) e estimular a reciclagem de veículos. O Detran também fará no primeiro semestre de 2016 capacitação de empresas que hoje realizam o desmonte irregular ou que queiram ingressar nesse ramo. “A nossa expectativa é a redução do índice de crimes de roubo e furto para desmonte irregular, e iniciar nas pessoas um processo cultural de reciclagem de veículos”, afirmou o coordenador de Operações Policiais do Detran-MG, Adriano Assunção.

Só em pátios do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), deram entrada 155.218 veículos de janeiro a agosto deste ano. A média é de 200 mil veículos retidos, e cerca de 20% do montante fica por tempo indeterminado. Entre os carros estão aqueles antigos, que não têm mais condições de rodar, mas também modelos mais novos que, cheios de multas e encargos, são abandonados pelos proprietários e acabam indo a leilão.

SUSPEITA DE MORTE POR DENGUE HEMORRÁGICA

Um homem de 33 anos faleceu no dia 12 de dezembro com suspeita de dengue hemorrágica. O caso está sendo investigado pelo Estado. A vítima deu entrada no Pronto Atendimento Municipal na sexta-feira com sintomas da doença, passou por exames e foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), porém, não resistiu.

De acordo com o secretário de saúde, a confirmação da causa da morte deve sair entre 30 e 45 dias. “A falha não é do poder público, que tem feito o seu papel. Convoco a população para ajudar no combate ao mosquito transmissor”, afirmou Almeida.

Se confirmada, esta será a terceira morte por dengue em 2015. As outras vítimas foram uma menina de 8 anos e um morador do bairro Sol Nascente. “Agora, começando este período de chuva, a nossa preocupação fica maior. É lamentável quando registramos morte por dengue, pois ela poderia ser evitada”, disse Janeany Almeida, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.

O que é feito com os veículos descuidados no Brasil > 

. Circulam em condição irregular ou são abandonados pelos proprietários 

. Sem uma política institucionalizada de coleta e reuso, o destino dos veículos e de suas peças acaba sendo as ruas, pátios públicos e os desmanches clandestinos.

Quando circulam Quando são abandonados
Provocam mais acidentes e maior risco para os condutores. Tornam-se entulho sob ação do sol, poeira, vento e da chuva.
Trazem desconforto para motoristas. Ocupam áreas urbanas e atrapalham a mobilidade.
Gastam mais combustível. Acumulam água e lixo, tornando-se ponto de proliferação de mosquitos.
Estragam-se pelo caminho e provocam congestionamentos. Podem facilitar a transmissão de tétano e de outras doenças.
Emitem mais CO2 e outros poluentes na atmosfera. Servem de esconderijo para bandidos e ponto de venda de drogas.
Causam mais doenças respiratórias. Torna-se uma poluição visual.

 

2,5 milhões (5%) de veículos antigos , no mínimo, deveriam ser reciclados no Brasil por ano, mas o índice não chega a 1%, segundo especialistas. Destaque (Fonte: Associação Nacional de fabricantes de veículos automotores).

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