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A única revolta que daria certo no país | Artigo

Foto: Ilustração

Petrilli explicou-me certa vez que todas as revoltas ou movimentos no país foram verdadeiras guerras civis: as revoltas dos Emboabas, Inconfidência Mineira, e tantas outras foram sim, guerras tramadas e sufocadas pelos governos. A própria Proclamação da República foi uma revolta ao então ‘poder português’.

Disse ele que já foram tentadas após a queda da ditadura, vários movimentos de retomada dos rumos do país. Alguns com sucesso, outros não. A queda de Collor, a queda de Dilma foram alguns exemplos. Se golpes ou não, o curso da história dirá.

As paralisações por todo o país formam o que ele chama de “revolução moderna”. Apresentadas pelas mídias sociais, várias dessas paralisações foram importantes no sentido de chamar a atenção e mudar o curso de ações do governo. Exemplo, foi a paralisação dos caminhoneiros que parou o país de alto a baixo.

Contudo, sempre há manobras que minimizam as ações do povo e pouco a pouco, retomam a exploração das pessoas, principalmente dos pais de família.

Petrilli acredita que a única revolta que poderia mesmo abalar as estruturas do pais e fazer com que tudo ficasse totalmente paralisado, seria a “Revolta das Donas de Casa”. Explica Petrilli que dentro de poucos dias, no máximo 10, no máximo 15, tudo pararia no país: imagine as pessoas sem mandarem os filhos para a escola, sem efetuarem pagamentos, sem comprar nada na padaria e nem nas feiras, ninguém nos supermercados, ninguém fazendo almoço (em se tratando das famílias nas quais os pais trabalham fora e as mães tomam conta da casa, cujo número de estruturas familiares ainda é grande e importante), sem café da tarde, sem janta, sem roupa lavada, sem roupa passada, sem roupa de cama em condições, sem toalhas, sem chinelos limpos, sem conforto, sem os mimos, sem os pequenos favores, sem comunicação com vizinhos, sem ninguém para levar os filhos para escola, para teatro, para cinema, para cursinhos, para praças, sem lazer…

As fiscais do Sarney, na época do congelamento dos preços, foi um movimento de donas de casa, que talvez tenha inspirado Petrilli. Sarney, em época de inflação galopante, nas alturas, em que o preço de um produto dobrava em menos de 01 (hum) mês, com incrível marca de 80% ao mês, congelou os preços dos produtos nas prateleiras.

As donas de casa, impelidas por sentimentos civis e familiares, foram aos supermercados fiscalizarem os preços, o que fez com que os empresários, comerciantes e todos aqueles que viviam do comércio obedecessem o tabelamento, fazendo com que pelo menos por certo tempo, cerca de 8 meses se não me falhe a memória, a economia ficasse estabilizada.

Em todo o caso, com exceção do plano real (e até mesmo este, se formos adentrar no assunto de forma mais detalhada), o contribuinte pagou a conta… O empregado ficou com a parte mais salgada…

Imagine o país sem o trabalho das donas de casa.

Certamente, algum trabalho seria substituído, mas com certeza, o que Petrilli chama de “afazeres acessórios”, seriam todos deixados de lado.

Em sua explanação, disse  ele que o país pararia irremediavelmente, congelando a produção de trabalho, congelando a produção de riqueza, engessando a vida das pessoas. Sem remédio. Completou ainda que funcionaria perfeitamente se, além disso, elas desligassem a televisão, fazendo com que a mídia perdesse inteiramente a direção. Sem televisão, sem anunciantes, sem manobras, sem articulações, sem monopolização da informação… O povo não seria tratado como gado.

A vida passa pelas mãos das mães (mesmo que elas trabalhem fora, pois o que mais acontece é que as mães ficam com aquela jornada dupla, trabalhando fora e trabalhando em casa, com raríssimas exceções), pelas mãos da dona de casa. Petrilli acredita que apenas elas sabem de verdade, o que é melhor para os filhos, para o marido, para a família, para a comunidade, para a cidade, para o estado, para o país.

Por isso mesmo deveriam ser mais ouvidas. E quando ouvidas, que se dessem a atenção devida para as suas sugestões e necessidades.

Além disso tudo, a voz suave ao pé do ouvido do marido (isso é uma postura machista e romântica, eu sei, mas não é minha), dizendo a ele que tudo no país estaria errado e exigindo dele uma postura de mudança, fatalmente o obrigaria a seguir a posição da esposa.

Afinal, ninguém suporta dormir muito tempo no sofá, se é que você me entende.

Histórias que o povo conta…

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