Motivado pelas recentes notícias que dão como seca a nascente principal do rio São Francisco, na Serra da Canastra, localizada no município de São Roque de Minas, em Minas Gerais, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, através da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, agendou para amanhã (26.09), em Belo Horizonte, uma reunião emergencial para discussão da problemática.
Os resultados do encontro serão tornados públicos pela CCR Alto em pronunciamento à imprensa que acontecerá às 16 horas na sede da agência de águas do CBHSF, AGB Peixe Vivo, localizada na Rua Carijós, 166, Centro, Belo Horizonte (MG).
Na reunião da CCR Alto, serão discutidas as interferências desta prolongada estiagem em questões ambientais relacionadas com a bacia do São Francisco, sobretudo na flora e na fauna, bem como as consequências econômicas já sentidas na agricultura e na indústria de diversos municípios ribeirinhos, muitos deles afetados também pela falta de água para o abastecimento.
Repercussão nacional
A notícia sobre a seca que atingiu a nascente principal (e mais simbólica) do Velho Chico gerou grande repercussão em todo o país. O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, sustenta que o cenário é preocupante: “Não há dúvida de que algo em grande escala está mudando em nosso ecossistema. As principais barragens do Alto São Francisco, que são a de Três Marias e Sobradinho, estão sendo ameaçadas e se aproximam do limite de volume útil de água. Ou seja, a água dos principais afluentes está chegando ao nível zero, e a biodiversidade do rio está comprometida”, comentou.
[[pull_quote_left]e a nascente seca, o rio vai ficar com pouca água até o desaguar de outro rio. Não choveu a quantidade esperada, mas há a necessidade de manter a vazão para a energia elétrica, o que diminui o reservatório[/pull_quote_left]
Já o vice-presidente da entidade, Wagner Soares Costa, atribuiu a seca da nascente na Canastra à prolongada estiagem. “Se a nascente seca, o rio vai ficar com pouca água até o desaguar de outro rio. Não choveu a quantidade esperada, mas há a necessidade de manter a vazão para a energia elétrica, o que diminui o reservatório”, disse. Soares tem esperança que a situação se normalize com o aumento no volume de chuvas previsto para meados de outubro.