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Reginaldo Rodrigues – Que crise?

Não é sempre que me lembro de escrever meus artigos dentro do tempo e assim suprir as demandas de acordo com a periodicidade dos Jornais. Sem contar que às vezes sai alguma edição especial ou fora do programado. É comum receber ligação dos Editores dizendo que meu espaço está em branco esperando meus escritos chegarem, já que a Edição está prestes a ser fechada. Embora esse seja o artigo inaugural no Jornal Cidade, já sei que os Jornalistas, Publicitários e demais membros da equipe trabalham pressionados como em qualquer Jornal sério e de credibilidade. Isso é inerente à profissão. No exato momento em que estava abastecendo meu carro, recebi uma dessas ligações de um Chefe: “cadê o seu artigo?” Não tendo nada em mente, transformei os momentos que seguiram a ligação no texto a ser publicado.

Enquanto aguardava o tanque ser completado e observava os números da bomba de combustível o Gerente do Posto, para puxar assunto, me abordou com a seguinte pergunta: e a crise? Olhei para um lado, para o outro, respirei e perguntei para ele: você está em crise? – O País inteiro está. Ele respondeu. Decidi dedicar cinco minutos do meu tempo a ele. E sinceramente pra mim hoje cinco minutos são preciosíssimos, se tem um lugar onde existe crise é na minha agenda. Na conversa descobri que ele tem um carro melhor que o meu, trabalha de segunda a sábado, sendo sábado só até ao meio dia tem uma boa casa financiada em um bom Bairro da cidade, viaja esporadicamente com a família. Fui obrigado a perguntar: onde está a crise?

Nisso,  aproximava outro conhecido que foi logo introduzido na conversa. Meu amigo Gerente falou com ele que eu estava dizendo que não havia crise e ele me olhou espantado: o quê? Claro que tem crise! Perguntei a ele se estava desempregado e ele disse que não, trabalhava como Pedreiro. Ironicamente falei para ele que Pedreiro não devia ganhar bem com “essa crise”. Descobri que ganhava Duzentos e Vinte Reais ao dia e depois do serviço que ele estava fazendo havia mais dois clientes na fila. Não resisti e disse: que crise héin!

Nossos problemas são claros: leis obsoletas, má gestão do dinheiro público e corrupção, que estão interligados. Reflita e verá que as outras situações adversas se originam nessas citadas.  A palavra crise tem uma conotação extremamente negativa, como não poderia deixar de ser. Quando aparece, como agora, o impacto é maior do que poderia ser. Consideramos crise, qualquer situação que saia do habitual, ocasionando comprometimento no “andamento” das coisas. Independente do tamanho, “crise é crise” e não há de se prender à palavra, e sim aos fatos ocorridos.

Até aí tudo bem, temos problemas que precisam de solução e isso muda algumas rotinas. Existe uma recessão a caminho? Claro que sim, muitos dizem que já está acontecendo. Mas o que ocorre é que as pessoas estão se escondendo atrás da dita crise para protelar responsabilidades e até explicarem insucessos relacionados única e exclusivamente à incompetência ou falta de atitude. A grande força da tal crise é pessoal, a crise maior é subjetiva. Todos temos o direito e até o dever de reclamar e reivindicar, mas estamos de fato fazendo bem a nossa parte?

Não há um tempo apropriado para situações adversas aparecerem e elas apresentam-se sempre quando menos as esperamos. Ao mesmo tempo precisamos estar preparados o tempo todo para ações, pois, se não controlarmos a crise interna, ela poderá causar sérios problemas à nossa vida. Por isso é importante que haja uma rotina, uma programação para enfrentar essas situações adversas para que causem um mínimo de impacto possível em nossas vidas. Uma reserva financeira é um bom começo. Mas temos o hábito de comprar coisas e mais coisas financiadas e depois responsabilizar a terceiros pelo nosso descontrole financeiro.

Evidente que você pode discordar de mim, mas acho um absurdo, logo o Brasileiro que é tão criativo copiar forma de protesto da Argentina. O País vizinho foi para as ruas em um determinado momento com panelas, pratos e outros utensílios domésticos de cozinha por que estava faltando até comida por lá. O Jornalista Juca Kfouri foi feliz ao escrever que o Panelaço Brasileiro está vindo das varandas Gourmet, ou seja, as mãos que manejam essas panelas nem sabem direito como usá-las na cozinha, pois têm outras que usam por elas. No mesmo artigo, o articulista fala de uma citação do ex-ministro no Governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Bresser Pereira. “Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres.” Se não deixarmos de lado o revanchismo político e de fato trabalharmos em nosso favor e consequentemente em favor do Brasil, de fato, poderemos ter uma crise sem precedentes.

Reginaldo
Reginaldo Rodrigues Consultor e Palestrante Graduado em Comunicação Social Pós-Graduado em Gestão Estratégica em Marketing

 

 

 

 

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