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Programa ampara mulheres vítimas de violência

No Brasil, apesar da violência contra a mulher ser um crime e uma grave violação de direitos humanos, nos dez primeiros meses de 2015 85,85% das violências contra a mulher aconteceram em casa. Esse dado foi divulgado no balanço dos atendimentos realizados de janeiro a outubro de 2015 pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para
as Mulheres. Pensando em dados como este, profissionais do Programa de Atendimento Especializado à Famílias e Indivíduos realizado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS implementaram em 2011 o Grupo de Apoio às Mulheres Vítimas de Violência “Renascidas”, que atende mulheres de Lagoa da Prata. As vítimas que participam do programa tem o apoio de psicóloga, assistente social e ainda assessoria jurídica.

Na entrevista a seguir, a psicóloga LucieneMorais e a coordenadora Darliana Aparecida Ribeiro explicam como o programa tem ajudado essas mulheres a enfrentarem a realidade.

Como surgiu a ideia de dar apoio para essas mulheres?

O atendimento grupal faz parte do acompanhamento realizado. Além do trabalho em grupo, que acontece quinzenalmente na sede do CREAS, é feito com elas um trabalho de acompanhamento sistemático por meio de visitas domiciliares, atendimentos psicossociais, orientações jurídicas etc.

Qual o objetivo do programa?

O objetivo do PAEFI é o de propiciar condições para que ocorra a quebra do ciclo de violência e essa mulher saia da situação de risco em que se encontra, melhorando sua autoestima, fortalecendo seus laços familiares e promovendo sua inserção social. Para tal, é realizado o acompanhamento psicossocial e elas são orientadas quanto aos seus direitos, principalmente no que tange à Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).

Onde podem ser feitas as denúncias?

A denúncia de violência pode ser feita em qualquer delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência, ou pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres. A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas em todo o país. É possível também recorrer ao Disque Direitos Humanos, o Disque 100. A central funciona 24 horas por dia, durante todos os dias da semana, inclusive feriados. No município poderá ainda buscar o CREAS.

Quais as principais resistências que a mulher enfrenta
para procurar ajuda?

Dificuldades financeiras, falta de rede de apoio, baixa autoestima, dependência emocional, medo de represálias, ameaças de morte e preconceito da sociedade para com elas. Existe em todas o desejo de sair de tal condição, todavia, em cada uma delas observa-se alguns dos aspectos mencionados acima que dificultam a quebra do ciclo de violência. Ao perceber que a mulher está buscando seus direitos, o homem costuma fazer promessas de mudança de comportamento, influenciando a mulher a desistir de romper com o parceiro violador.

Qual a importância do programa para a comunidade?

Apesar da existência da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), muitas mulheres ainda desconhecem seus direitos e não sabem como proceder diante da situação de violência. Com o PAEFI, além das orientações necessárias, ela aprende a se posicionar diante da situação.

O programa se estende aos homens, que às vezes tem o desejo de se tratar?
Na maioria dos casos o homem não deseja o acompanhamento, mas este é oferecido caso este deseje recebê-lo.

O tratamento com as mulheres dura quanto tempo? 

O acompanhamento acabará quando não houver nenhuma violação de direito cometida contra a vítima. Vale ressaltar que observando a não existência de violação de direito, a mulher é encaminhada para outro serviço de assistência social da proteção social básica – CRAS – que continua o acompanhamento e monitoramento.

Depoimentos

Young-Women-Face-Silhouette-GraphicsQuando a gente começa um relacionamento a ideia é que a pessoa do seu lado irá te proteger. Tudo era motivo para que ele me batesse, um vestido, uma blusa que mostrava os ombros, um sapato de salto, um corte de cabelo… Com medo e por achar que o amava, eu não denunciei. Quando a gente está em um relacionamento como este sempre achamos que a pessoa vai mudar. Mero engano! Quem é assim não muda, e não há razões que justifique a atitude. Sofri muito, pois na época não procurei ajuda e durante anos vivi sob a ameaça daquele ser “nojento”.  Só tenho uma coisa a dizer para quem passa pelo problema: não pense que você é forte para passar por cima de tudo isso sozinha. Lembre-se: às vezes você vai sair do relacionamento com sequelas físicas, mas há muitas mulheres que não sobrevivem para contar a sua história. DENUNCIE“.  (R.L.M.A.C.).

“Eu sou uma mulher muito sofredora, mas nunca vou desistir porque Deus me deu muita força para vencer a minha labuta com meus filhos e meus dois netinhos. Cheguei a pensar que não ia dar conta da minha vida, mas Deus é fiel. Minha vida tem mudado muito depois que estou no grupo no CREAS, aprendi muitas coisas boas aqui. Venha você também mulher!”  (G.M.F.)

“No dia 08 de março estivemos reunidas na casa de apoio às mulheres, lugar de pessoas capacitadas para dar a mão à mulher cansada, desprezada e humilhada. E o que é mais cruel é que sofremos tudo isso por pessoas mais próximas. Por isso, saímos para pedir socorro! Aqui recuperamos nossa autoestima porque recuperamos nossos valores”. (J.C.L)

 “Quando conheci o CREAS estava tão magoada, tão abatida e triste.  Achei que eu sozinha sofria rejeições, ofensas, mas pouco a pouco fui me transformando em uma fortaleza. Fui aprendendo com o grupo a me apoiar em cada uma das minhas colegas, porque todas temos conflitos e dúvidas e juntas conseguimos nos levantar. Hoje consigo me impor perante os problemas sem me sentir só, encontrei forças para lutar pelos meus sonhos. Por isso mulher, não se sinta sozinha e excluída, venha participar do grupo de mulheres no CREA”S. (L.M.B.S.)

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