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Padre Patriky divulga carta de despedida de Lagoa da Prata

Foto: Arquivo

Em Lagoa da Prata há 4 anos, padre Patriky Samuel Batista se despediu como pároco no no último domingo (1), na Igreja São Carlos Borromeu. Padre Patriky é, atualmente,  Coordenador de Pastoral e animador do Centro Missionário Dom Belchior e Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Luz, em Luz.

Leia na íntegra a carta que ele dedicou aos amigos que conquistou em Lagoa da Prata:

OBRIGADO SENHOR
PELA MISSÃO EM LAGOA DA PRATA

Abençoa Senhor meus amigos
E minhas amigas e dá-lhes a paz
Aqueles a quem ajudei
Que eu ajude ainda mais
Aqueles a quem magoei
Que eu não magoe mais
Saibamos deixar um no outro
Uma saudade que faz bem
Abençoa Senhor meus amigos
E minhas amigas. Amém!

Luzes que brilham juntas
Velas que juntas queimam
No altar da esperança
Trilhos que juntos percorrem
Os mesmos dormentes
E vão terminar no mesmo lugar

Aves que vão em bando
Verso que segue verso
Nas rimas da vida
Barcos que singram os mares
Até separados, mas sabem o porto
Onde vão se encontrar
São assim os amigos que a vida me deu
Meus amigos e minhas amigas e eu!

Abençoa Senhor meus amigos
E minhas amigas e dá-lhes a paz
Aqueles a quem ajudei
Que eu ajude ainda mais
Aqueles a quem magoei
Que eu não magoe mais
Saibamos deixar um no outro
Uma saudade que faz bem
Abençoa Senhor meus amigos
E minhas amigas. Amém!

Gente que sonha junto,
gente que brinca e briga
E se zanga e perdoa
Um sentimento forte mais forte que a morte
Nos faz ser amigos no riso e na dor.

Vidas que fluem juntas, rios que não confluem
Mas vão paralelos, aves que voam juntas
E sabem que um dia, por força da vida não
Mais se verão
Resta apenas o sonho
Que a gente viveu
Meus amigos e minhas amigas e eu!

“Sai de tua terra, do meio de teus parentes, da casa de teu pai, e vai para a terra que eu vou te mostrar.”(Gn 12,1)

Deus envia seus amigos para terras distantes. Foi assim com Abraão que partiu para a terra prometida. Foi assim também com Moisés que, mesmo não adentrando à terra, avistou-a ao longe e, mesmo sem ter tocado com seus pés, cumpriu a missão a qual Deus lhe confiava. Apresentando-se como o Divino Peregrino a caminho de Emaús, o próprio Senhor Ressuscitado se aproxima daqueles que estão a caminho. Assim, provoca o ardor no coração e se revela como alimento de quem está a caminho. Confiando sua missão aos apóstolos, o próprio Jesus ordena: “Ide por todo mundo e anunciai o Evangelho.” Encorajando os jovens no fim da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, o Papa Francisco também nos exortava: “Ide, sem medo, para servir.”. Tanto na vida dos discípulos como na vida do padre há momento de chegar e de partir. E eis que mais uma vez chega ao meu coração mais um pedido da Igreja. É hora de agradecer pelo tempo vivido em Lagoa da Prata. É hora de partir para outras terras, para o outro lado da margem do mar da vida missionária.

No dia 16 de julho, com a passagem de nosso bispo diocesano por Lagoa da Prata, apresentei-lhe toda caminhada de criação da nova região pastoral em nossa cidade. Muito entusiasmado, no findar daquela conversa, ele havia dito que, provavelmente, necessitaria do meu “sim missionário”. Dado o trabalho da coordenação de pastoral e o novo quadro de transferências em nossa quase centenária Igreja particular, renovei minha promessa de obediência e, de prontidão, disse sim. E de fato, nesse dia, ficou confirmada minha transferência para a Paróquia Nossa Senhora da Luz em Luz-MG e como animador do Centro Missionário de Evangelização. Servindo àquele Povo de Deus, continuarei a missão na coordenação diocesana de pastoral propiciando também à Paróquia São Carlos de Lagoa da Prata um pastor que esteja mais presente, a fim de atender todas as demandas pastorais, administrativas e de atendimento que, com a graça de Deus, são grandes e denotam a diversidade e a intensa vida pastoral presente nesta Paróquia tão querida por todos nós.
Aqui cheguei no dia 11 de janeiro de 2014.

Naquele dia memorável acabava de chegar de uma experiência missionária na Amazônia. Lá também servi por quatro anos, quase o mesmo período que aqui permaneci. No findar daquela celebração expressava o meu vivo desejo de servir este povo e, lembrando as palavras de São Paulo, dizia: “Quanto a mim, de boa vontade me entregarei a favor de vocês” (2 Cor 12,15). Desejo ser o pai, amigo, irmão e pastor. Desejo participar de vossas vidas e juntos partilharmos os sonhos, desafios, temores e alegrias.

No amor e entre o desafio dos serviços que a diocese me pedia como professor no seminário, membro da equipe de revisão das diretrizes sacramentais e por fim coordenador geral da pastoral diocesana, ofereci o meu melhor no desejo de promover ainda mais em nossa paróquia o fomento de uma Igreja acolhedora, vocacional e missionária. Uma verdadeira família reunida no amor de Cristo para viver e crescer em fraternidade. Vim para caminhar junto, para somar, para aprender. E como aprendi! Não parto como cheguei, saio edificado pelo aprendizado que seria impossível mensurar nessa hora. Cresci espiritualmente no amor ao ver o fervor do nosso povo simples, de missa diária, de devoção entusiasmada e olhar voltado para o céu sem tirar os pés da terra e as mãos do serviço.

Ficará eternizada em minha memória o vibrante toque dos carrilhões de nossa Igreja Matriz. Sinos que chamam a oração e reúnem para a partilha. Obrigado Senhor pela graça que me concedestes de permanecer nesta comunidade e com ela aprender o caminho do serviço sacerdotal e missionário. Caminho de cruz, caminho de alegria, caminho que agora me conduz para Luz-MG!

Confesso que as palavras começam a fugir diante do sentimento que me invade. Amo e continuarei amando esta cidade, este povo, esta singular comunidade. Quando aqui cheguei, me perdia nas ruas parecidas, nos rostos desconhecidos e no volume de atividades que se descortinavam diante de nós no limiar do chamado “Ano da Graça!” Hoje, não me perco nas ruas pois me encontrei nas casas. Muitos abriram as portas de suas casas e seus corações para receber benção, partilha, amizade! Creio, mais do que nunca, que a evangelização passa por sinceros laços de amizade e que é fundamental redescobrirmos Jesus em nossa vida, bem como o lugar que nossa amizade com Ele ocupa em nossa conversão pessoal e comunitária. Foi um tempo de alegria e muito aprendizado!

Agradeço a Deus por tantas coisas que vivemos e por tantos sinais que contemplamos. Cada Semana Santa, cada semana missionária, estudo dos documentos do Papa Francisco, estudo do evangelho de Marcos, nascimento da comunidade São João Paulo II, a missa na comunidade São Judas aos domingos e a conclusão da construção da capela. A Hora da Misericórdia, com celebração às 15 horas na Matriz. O nascimento da pastoral do dízimo e o ressurgimento do movimento “Aprender com Jesus.” O favorecimento de um espaço para reuniões no centro da cidade no salão paroquial ao lado da secretaria. Climatização do Centro Catequético. Reforma da parte elétrica, som e do telhado da matriz. E o florescer do serviço aos jovens com o nascimento do “Vem pra Rua Evangelizar” e do movimento “Escalada”. Cada um dos três JUFESTs que celebramos, os momentos de evangelização com os amigos da Canção Nova, irmã Kelly Patrícia, Thiago Brado, BraisOss.Tempo fecundo para a juventude de nossa Lagoa da Prata!

Tempo de graça para o Apostolado da Oração e para a Pia União de Santo Antônio que assumiram a dinâmica de uma “Igreja em saída” visitando famílias e comunidades por ocasião de suas festas. Louvo e agradeço a Deus pelo generoso sim de cada um de vocês.

Lembro com alegria do entusiasmo da Comunidade Santa Teresinha para finalizar seu salão e do sonho da comunidade do Rosário em construir seu espaço que hoje está erguido, a espera de acabamento. A reforma do salão São Cristóvão ainda a caminho e a renovação dos nossos conselhos de evangelização.

Minha gratidão a Deus por tantos e tantos corações que assumiram a missão de evangelizar e cuidar da obra de Deus. Que lindo ver que muitas lideranças assumiram a graça do batismo, se comprometendo com o anúncio do Evangelho. Obrigado aos membros do CPAE, atual e antigo, pelo empenho, honestidade e confiança neste tempo. À coordenação do CPE que se dispôs a aprender para juntos servirmos a partir de um caminho sinodal de escuta a todos, promovendo uma via de comunhão e participação. Deus lhes retribua e não desanimem na missão de “Voltar a Jesus”, resgatar as fontes e a alegria do nosso modo de ser comunidade. À EAPE, que teve que se reinventar e se redescobrir neste período. A vocês “meninas”, minha gratidão por sua humildade, paciência e pelo zeloso cuidado e disposição em servir, independente de quem esteja a frente da paróquia. Todos nós sabemos que a frente do rebanho só se encontra um único e Divino Pastor, Jesus, a quem com nossas imperfeições e fragilidades ousamos seguir e testemunhar na alegria de ser Igreja.

Como foi bom ver a discreta alegria e o operante trabalho da Legião de Maria que, com muita simplicidade sempre me recordava a presença silenciosa da Virgem em seu apostolado. Aos tios do MAC e EAC, uma palavra de ânimo e coragem: A ousadia de vocês e o vibrante desejo de servir os jovens e preservá-los de tantos males do tempo presente me fizeram lembrar daquele “jovem de Nazaré” que não desistia de ninguém. Ao contrário, se aproximava, dialogava e se superava, a fim de que todos tivessem vida e vida em plenitude. À nossa RCC, meu carinho e gratidão pelo testemunho de verdadeiros apóstolos da efusão do Espírito Santo, seja na intercessão e presença, seja no Ministério Jovem do Grupo Santo André. Que o viver da renovação seja sentinela em nossa comunidade nos chamando para o essencial e fundamental em tudo: o caminho do Espírito que nos convida a amar e servir.

Aos CCEs de nossas comunidades, não teria outra palavra senão esta: Coragem! O desafio da missão só é vencido quando nos colocamos a caminho. Sejam promotores da unidade e fermento de alegria na comunidade. Não se esqueçam que a comunidade que visita e acolhe se fortalece. Não se descuidem de ter a Palavra de Deus como centro e referência primeira de toda nossa ação evangelizadora. Que a Virgem Maria, a divina intercessora das Bodas de Caná, seja inspiração para vosso apostolado. “Fazei tudo o que Ele vos disser.”

À equipe da associação do Centro Catequético, na pessoa do nosso presidente sempre atento em servir e atender a todos, meu fraterno abraço de gratidão. Não deixem nossos sonhos morrerem! Rogo a Deus para que o projeto de reforma do Centro Catequético seja aprovado e que aquele abençoado espaço onde muitos tiveram uma experiência com o amor de Deus seja revitalizado, a fim de servir com alegria a missão a qual ele se destina: Catequizar, evangelizar e promover eventos que aproximem os irmãos e favoreçam o testemunho de comunhão.

Queridos amigos e amigas, como me esquecer das lindas celebrações que a pastoral litúrgica nos favoreceram. Que riqueza e diversidade encontramos nessas terras com tantos grupos de canto que elevam nossos corações a Deus. Continuem cantando e servindo a Deus com a vibrante voz de quem ama e aprende com as canções que entoa. De modo particular peço que não nos descuidemos do nosso coral infantil “Sementes do Amanhã”, agora, “frutificanto”. Como amo vocês! 30 anos sendo eco do coro dos anjos! Como estas crianças sabem roubar o coração da gente! Que não falte a vocês a força da canção do amor de Deus. Um Beijo no coração de cada um e de cada uma!

Em Lagoa da Prata, brilha também o carisma “Árvore da Vida.” A toda comunidade do Mosteiro Maria Porta do Céu, minha gratidão pela presença, paciência e fraternidade. Foi essa comunidade que presenteou minha vida e a casa paroquial com a presença da Patrícia. Querida Patrícia, você foi mãe, amiga, irmã. Coração solidário nas lágrimas e nos sorrisos. Mais do que as refeições você temperou a vida do padre com a firmeza da fé e a fortaleza da oração, mais do que limpar e zelar pela casa você cuidava com carinho dos discípulos de Jesus. Obrigado! Que seu dedicado amor seja sinal de bênçãos e graças derramadas em sua vida e na vida de sua família.

Lembrando de nossa Patrícia, louvo e agradeço a Deus pela convivência e aprendizado que tive com todos os colaboradores da Paróquia. Aqueles que nos deixaram durante o caminho e aqueles que permanecem na caminhada: Sr. Otaviano, Maria do Carmo, Shirley, Claúdia, Sônia, Marina, José Maria e Rose. Colaboradores no anúncio do Evangelho que, na acolhida, respeito e gentileza são o cartão de visita da Paróquia. Acolham vosso novo pároco como me acolheram: com paciência e respeito, verdade e sinceridade, zelo e cuidado. Nos encontramos na caminhada diocesana!

Aos irmãos congadeiros, que em breve ajudarão a constituir uma nova paróquia em nossa cidade, muito obrigado. Vivemos lindas festas do congado louvando a Deus e aprendendo com sua Mãe Santíssima. Que chuvas de flores sejam derramas na vida de vocês e que o maior perfume que o congado possa exalar seja o espírito de comunhão e obediência que nos une na mesma Igreja de Cristo.

Aos nossos catequistas, homens e mulheres valentes na fé que ecoam o mistério de Cristo com seu testemunho e dedicação, minha eterna gratidão. Não esquecerei cada primeira Eucaristia, crismas e encontros na matriz onde transmitimos aos nossos catequizandos os tesouros da Sagrada Liturgia. Continuem fiéis nesse caminho de anunciar Jesus e encantar os corações para Ele. Seja na formação mensal, nas confraternizações e retiros. À nossa coordenação, meu abraço de gratidão pela oportunidade de aprender com vocês tanto dinamismo e entusiasmo.

À equipe de subsídios e novena de natal deste ano que ofereceram um serviço maravilhoso a nossa Diocese, minha gratidão. Hei de contar muito com vocês ainda nesta nova missão que o Senhor que me confia a partir de agora. Como disse a vocês, a Igreja precisa de pessoas de oração que saibam conduzir os corações a Cristo. Deus lhes pague pelo zelo e dedicação.

Ao grupo de coroinhas e acólitos, e seus coordenadores, que começaram seu ministério a pouco tempo, não se esqueçam do testemunho de São Tarcísio. Doar a vida é viver doando o que somos e temos. Deus conta com nosso sim! Em cada Eucaristia nos encontraremos, pois, o amor de Cristo que nos une não nos separará!

À família do Curso de noivos, que há décadas se dedica à formação de novas famílias, meu muito obrigado. Vocês, fiéis e organizados para servir com gentileza continuam guardando o relicário do amor que conduz ao matrimônio. Que Deus os fortaleça no caminho.

Um abraço fraterno a toda equipe do jornal informação e também nossos colaboradores. Um instrumento de evangelização precioso que socializa o bem que o anúncio do Evangelho provoca em nossas comunidades.

Que Deus os proteja na missão!
Como esquecer nossas confraternizações na praça da matriz: aniversários, café do papai e da mamãe acompanhados pela Lira São Carlos a qual pertenço com orgulho e alegria. Obrigado aos amigos da Lira por serem em minha vida inspiração de alegria e espaço para descanso da alma!

Ao movimento Cursilho de Cristandade, minha gratidão e afeto. Aprendi muito com vocês sobretudo com aqueles que me deram a oportunidade de preparar e aprender com cada ultreya. Não basta evangelizar os ambientes, é preciso também cuidar dos ambientes onde a Palavra de Deus é anunciada. Que o Espírito que fecundou de humildade o coração de São Paulo seja vibrante entre vocês. Só é capaz de promover um mundo decolores quem tem o coração colorido com as suaves aquarelas da amizade e da fé em Jesus. Paz e alegria na missão!

À Pastoral Familiar e ECC, pastoreio das famílias, só tenho a agradecer. Desde que cheguei não realizamos casamentos comunitários no desejo de acompanhar pessoalmente cada casal. E como esse caminho de uma pastoral em família tem dado certo! Continuem indo de casa em casa, de coração em coração para anunciar a beleza e a riqueza de ser família de Igreja. Não desanimem! Faltam membros para a pastoral, mas não falta amor no pessoal! Aos casais do ECC, que dinamizam e preparam os casais para assumir a pastoral evangelizadora da Igreja, meu muito obrigado de coração! A vitória vem para quem persevera no caminho. Continuem caminhando em comunhão e espírito de serviço ao Evangelho.

À pastoral do batismo, neste ano reorganizada para melhor servir, meu muito obrigado. Não deixem de levar o nosso sonho adiante de ajudar as comunidades a acolher e cuidar das crianças e das famílias que pedem a graça desse sacramento a Igreja. Ousem servir cada vez mais, indo ao encontro e sendo facilitadores do encontro com Jesus.
Homens em oração, com o terço na mão! A cada segunda-feira esta matriz escuta o lindo refrão: “Ajuda este mundo com o terço dos homens.” Que o dom da paternidade iluminado e acompanhado pelo terço dos homens tornem os pais cada vez mais presentes no santuário do lar e inspirem uma vida dedicada ao Senhor, tal como foi a vida de São José. Ser devoto de Maria, mais do que ornar-se com um rosário é ornar o mundo com o suave perfume do serviço. A oração transforma e nos forma para servir com alegria! Não deixem de rezar por mim e de testemunhar a força da oração no dia a dia concreto de vossas famílias.

Queridos amigos e amigas, trago viva na memória a lembrança daquelas “24 horas para o Senhor” que vivemos no Ano Santo da Misericórdia. Foi um tempo de graça para todos nós. Aqui lembro do discreto e vigoroso trabalho das anunciadoras da divina misericórdia que de capelinha em capelinha renovam tantos corações sob a luz da Divina Misericórdia. Sejam sinais dessa misericórdia no dia a dia da vida comunitária.

Aos vicentinos, fervorosos apóstolos da caridade, minha gratidão pelo pronto sim a Deus e à paróquia. Não descuidem de amar os pobres com os gestos pois palavras confortam e gestos transformam. Não permitam que a caridade seja terceirizada. Nos dediquemos com renovado ardor a essa missão que o Bem Aventurado Frederico Ozanam, jovem de fé, legou a todos nós. Seja nas conferências ou no trabalho com os jovens: em tudo amar e servir!
Às amigas e amigos do terço das mil ave marias e também das oficinas de oração e vida, lembro aqui uma canção popular chamada “amor de índio” onde em uma de suas estrofes aprendemos: “A abelha que faz o mel vale o tempo que não voou.” Vocês se dedicam ao mel da escuta que, como Jesus disse à Marta, é a melhor parte. Que a escolha da melhor parte nos ajude a sermos íntimos do Senhor e intercessores em favor da missão da Igreja. Rezem por mim!

Aos amigos da pastoral da sobriedade, da esperança e da saúde, minha gratidão. Vocês são a “formiguinha” da paróquia, trabalham na ousadia da iniciativa que promove a vida e reconstrói os laços. Que não lhes falte a determinação das virtudes teologais (fé, esperança e caridade), a fim de que vosso trabalho restaure o brilho nos olhos do povo. Deus lhes pague!

Agradeço, louvo e bendigo ao Senhor pelos Ministros da Palavra e Ministros extraordinários da Sagrada Comunhão. Você são o eco da Palavra de Deus e as mãos que se fazem oferta para levar o pão da vida a tantos corações sedentos de amor, sedentos de uma palavra amiga e de uma escuta zelosa. Aos nossos coordenadores, obrigado pela dedicação, amizade, empenho e tanto amor nessa missão. Só serve com alegria quem ama e traduz esse amor em gestos concretos. A vocês eu peço: Perseverança nas incompreensões, dedicação e responsabilidade para com o apostolado, sabedoria para discernir o que Deus pede de nós e dedicado amor às coisas sagradas. Que o Cristo, pão vivo que conduz à Palavra que salva, nos entusiasme e nos mantenha humildes no serviço em favor do Reino. Deus lhes pague! Trago vocês com paternal amor no coração.

À equipe missionária de nossa paróquia, que há mais de década tem servido à Igreja diocesana evangelizando com simplicidade, amor e carinho. A marca de vocês é o divino cuidado da vocação, dos padres e do povo de Deus. Continuemos juntos no caminho missionário. O amor de vocês nos deixa constrangidos! Obrigado pelo autêntico testemunho do amor de Cristo Pastor e Missionário.

À Pastoral da criança, que sob o olhar de São Pedro não descuidou e nem desanimou de salvar vidas, mesmo com tantas dificuldades, meu abraço de paz e gratidão. Servir ao “Cristo menino” que carece de carinho e cuidado, alimento e presença é uma autêntica prova de amor. Perseverança e coragem! Muito obrigado por tudo!

À nossa PASCOM que precisa se reorganizar para servir e anunciar a alegria do evangelho nas novas mídias, desejo muita determinação para que possa renascer em vocês o compromisso de comunicar confiança e esperança ao mundo presente. Coragem, vamos retomar o caminho!

A todos os benfeitores, empresas e paroquianos que sempre corresponderam ao chamado para os diversos eventos sociais e pastorais da paróquia, minha gratidão. Sem vocês não seria possível realizar tantas coisas. Gratidão aos amigos da rádio Veredas pela disponibilidade do programa “O Dia do Senhor” e à toda impressa local de Lagoa da Prata pelo carinho e consideração. Ao Sr. Prefeito Paulo Teodoro, pelo diálogo fraterno e amistoso em vista do bem comum, a minha gratidão. À nossa Câmara Municipal e todos os nossos vereadores pela escuta atenta da Igreja, sobretudo quando tratamos do plano municipal de educação no que se referia a questão da ideologia de gênero, contem com minhas orações e preces.

Um agradecimento especial a todos os padres com quem tive a graça de conviver e aprender. Passamos pelas paróquias e permanecemos na fraternidade do nosso presbitério. Que São João Maria Vianey nos confirme na missão de cuidar, pastorear e zelar do rebanho do Senhor.

Algumas famílias me acolheram como um verdadeiro filho e amigo. Obrigado por abrirem as portas do coração e oferecerem o aconchego do lar amigo para juntos crescermos na fé e na amizade. Tenham a certeza de que nunca deixarei de frequentar e participar da vida de vocês. Rezem por mim e não se esqueçam que, apesar da distância, somos corações em sintonia.

Queridos amigos e irmãos,
Animados pela força do Evangelho, somos Igreja, comunidade dos discípulos de Jesus em Missão. Uma Igreja rumo ao centenário
A todos, peço perdão pelas vezes que não pude estar presente como desejei e como vocês merecem. Perdão pelos desencontros. Continuo a missão com o coração em paz e feliz na certeza de que ofereci o meu melhor e sigo consciente de que o melhor de nós, – tudo o que oferecemos – pode não ter sido suficiente para alguns. Estes são para mim a certeza de que sou discípulo de Jesus em tudo, inclusive no caminho da incompreensão e da cruz. Aqueles que se aproximaram, aqueles que me permitiram ser próximos foram para mim a realização das promessas de Jesus que receberia cem vezes mais pais, amigos, irmãos. Vocês são e continuarão sendo testemunhas luminosas de que Deus não nos abandona jamais. É Ele quem cuida de nós! Ele quem conduz a Igreja, Ele que nos confirma no caminho do amor.

Enfim, já sinto saudades! Por fim, neste ano Mariano, tivemos a visita de Nossa Senhora Aparecida, minha madrinha! Rogo a Deus, por sua intercessão, a fim de que a Paróquia São Carlos continue vibrante e entusiasmada na missão de anunciar o Evangelho nestas terras abençoadas.

Termino estas simples palavras de gratidão recordando o que disse no dia de minha chegada e lembrando um gesto que a comunidade fez para comigo. No fim do meu discurso de acolhida eu pedia três coisas: paciência, paciência, paciência. Alguns foram pacientes, outros nem tantos, mas como diz o evangelho, um é quem semeia, outro é quem colhe. Novamente eu peço: paciência, paciência e paciência com o padre que chegará. O acolham como presente de Deus. Nunca comparem um padre com outro mas tenhamos em Cristo o nosso único modelo de Pastor. Sejam “Fortes na fé, alegres na esperança, fervorosos, humildes e sempre dados a oração.”, Deus não deixará jamais que faltem pastores a esta comunidade tão amada. Acolham no horizonte da fé e ajudem o padre a viver a alegria de sua vocação. A melhor maneira de fazer isso é assumindo nosso apostolado com verdade e sinceridade, sem perder tempo com conversas e discussões que não levam a lugar algum senão ao retardo do anúncio do evangelho em cada coração que anseia e espera a manifestação dos filhos de Deus.

Desejo três graças para nossa paróquia: um coração humilde e obediente, um olhar desprovido de vaidade e repleto de amor, e uma mente aberta que evangelize com clareza de pensamento e espírito de comunhão fraterna. Antes de arregaçar as mangas, rasguemos os corações e peçamos ao Senhor a graça de sermos autênticos discípulos.

Quanto ao gesto, ele é muito simples. No findar da celebração de posse naquele dia 11 de janeiro de 2014, a Sra. Eliana Cabral dirigiu-me lindas palavras de acolhida e dizia: “Como não conhecemos o senhor resolvemos dar-te um caderno em branco para que escreva sua história entre nós.” Este mesmo caderno está aqui. Talvez eu tenha escrito poucas linhas nessa linda caminhada. Peço, por gentileza, que entreguem este mesmo caderno ao novo pároco para que ele continue a escrever esta história. O livro pertence a esta comunidade que tanto amo. Talvez tenha escrito um breve parágrafo tal como a pausa de uma sinfonia: breve, mas suficiente para recobrar o fôlego e continuar a melodia do Evangelho. O que levo está gravado para sempre em minha alma. E em gratidão a tudo o que aqui vivemos e na certeza de que “Um sonho realizado é um novo caminho iniciado.” (Sólis Pásaba), quero deixar dois presentes: Como era para eu escrever parte da história oferecerei este pequeno texto e algumas das homilias que partilhei nestes três anos, oito meses e dezenove dias. Pequena partilha, ecos do coração de um simples sacerdote, consciente dos seus limites, mas eterno confiante na graça e no amor de Cristo que nos une. E com este pequeno texto, ofereço à paróquia um Cálice e uma patena, sinais do Cristo Eucarístico que há de ser consagrado.

Quantas e quantas vezes este gesto foi repetido neste altar nas mãos de tantos párocos que por aqui passaram e hão de passar.- Elevar o cálice! Tenham a certeza que a partir de agora nos encontramos em cada liturgia, rezando uns pelos outros e cultivando as melhores e mais ternas lembranças que nem o tempo, nem a memória serão capazes de apagar.
E assim, a partir de hoje, ao deixar estas veredas, não levo os sonhos que habitam o coração de nossa paróquia, deixo o projeto de restauração da Igreja Matriz. Que este seja um sinal de Deus para nós. Em todo o tempo é tempo de restaurar a Igreja. Que este caminho de restauração seja também metáfora para que todos nós permitamos ao Senhor que atue sobre nossas vidas e nos transforme em uma Igreja viva e fraterna, focada no essencial do mandamento do amor.

Rogo a São Carlos, nosso padroeiro.
Enfim, com o coração agradecido, não contendo as lágrimas de gratidão, não há mais o que dizer senão: Muito obrigado Lagoa da Prata! Muito obrigada família Paróquia São Carlos Borromeu. – Vocês marcaram a minha vida!

Eu vou seguir uma luz lá no alto
Eu vou ouvir uma voz que me chama
Eu vou subir a montanha e ficar
Bem mais perto de Deus e rezar

Eu vou gritar para o mundo me ouvir e acompanhar
Toda a minha escalada e ajudar
A mostrar como é
O meu grito de amor e de fé

Eu vou pedir que as estrelas não parem de brilhar
E as crianças não deixem de sorrir
E que os homens jamais
Se esqueçam de agradecer

Por isso eu digo
Obrigado, Senhor, por mais um dia
Obrigado, Senhor, que eu posso ver
Que seria de mim
Sem a fé que eu tenho em Você?

Por mais que eu sofra
Obrigado, Senhor, mesmo que eu chore
Obrigado, Senhor, por eu saber
Que tudo isso me mostra
O caminho que leva a Você

Mais uma vez
Obrigado, Senhor, por outro dia
Obrigado, Senhor, que o sol nasceu
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Por isso eu digo
Obrigado, Senhor, pelas estrelas
Obrigado, Senhor, pelo sorriso
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Mais uma vez
Obrigado, Senhor, por um novo dia
Obrigado, Senhor, pela esperança
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Por isso eu digo
Obrigado, Senhor, pelo sorriso
Obrigado, senhor, pelo perdão
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Mais uma vez
Obrigado, senhor, pela natureza
Obrigado, Senhor, por tudo isso
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

“Partir é, antes e tudo, sair de si. 
Romper a crosta de egoísmo que tende a 
aprisionar-nos no próprio eu.
Partir é não rodar, permanentemente, 
em torno de si, numa atitude de quem,
na prática, se constitui centro do Mundo
e da vida.
Partir é não rodar apenas em volta
dos problemas das instituições
a que pertence.
Por mais importantes que elas sejam,
maior é a humanidade
a quem nos cabe servir.
Partir, mais do que devorar estradas,
cruzar mares ou atingir velocidades supersônicas, 
é abrir-se aos outros, descobri-los,
ir-lhes ao encontro.
Abrir-se às idéias,
inclusive contrárias às próprias,
demonstra fôlego de bom caminheiro.
Feliz de quem entende e vive este pensamento:
”Se discordas de mim, tu me enriqueces”.
Ter ao próprio lado quem só sabe dizer amém, 
quem concorda sempre, de antemão e
incondicionalmente, não é ter um companheiro,
mas sim uma sombra de si mesmo.
Desde que a discordância não seja sistemática
e proposital, que seja fruto de visão diferente, 
a partir de ângulos novos,
importa de fato em enriquecimento.
É possível caminhar sozinho. 
Mas, o bom viajante sabe que
a grande caminhada é a vida
e esta supõe companheiros.
Companheiro, etimologicamente, 
é quem come o mesmo pão.
O bom caminheiro preocupa-se
com os companheiros desencorajados,
sem ânimo, sem esperança…
Advinha o instante em que se acham
a um palmo do desespero.
Apanha-os onde se encontram. 
Deixa que desabafem e, com inteligência,
com habilidade, sobretudo, com amor,
leva-os a recobrar o ânimo e
voltar a ter gosto na caminhada.
Marchar por marchar não é ainda
verdadeiramente caminhar.
Para as minorias Abraâmicas, partir, 
caminhar significa mover-se e ajudar muitos outros
a moverem-se no sentido de tudo fazer
por um mundo mais justo e mais humano.”
* Dom Helder Câmara, Arcebispo de Olinda & Recife, in “O Deserto é Fértil”.

Pe. Patriky Samuel Batista
Pároco – 11/01/2014 a 01/10/2017

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