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Nilson Bessas – Um foco para a sobrevivência

O mundo todo está conectado e exige o mesmo de nós. Recebemos informações incessantemente pelos veículos de comunicação. O exercer das nossas atividades é interrompido com elevada frequência por pessoas que também lutam para se estabelecer em suas atividades. O ritmo alucinante da vida e dos negócios nos faz caminhar para o “stress” sem controle. Como sobreviver a tudo isso?

 

Entardeceu, o expediente terminou e é hora de voltar para casa. Mas você tem uma sensação de que muita coisa ficou sem fazer neste dia e pouca coisa de efetivo foi realizada em relação àquilo que é importante em seu trabalho, seja você um empresário ou um colaborador de uma empresa. Uma sensação de improdutividade invade o seu ser, mesmo você sabendo que foi um dia de muito trabalho, com uma rotina intensa, sem intervalos, e quase sem tempo para um almoço e um café. Frustrado, você promete para si mesmo que no dia seguinte será diferente, onde você trabalhará menos e produzirá mais. Porém, o dia seguinte chega e termina do mesmo jeito: muito trabalho e uma sensação de que boa parte daquilo que está agendado e importante ficou novamente para o dia seguinte. A semana termina, o mês também, e logo já é natal e réveillon. Você faz planos e define metas para o novo ano, e claro, promete para si próprio, mais uma vez, que estará mais focado, cumprirá fielmente a agenda e será mais produtivo e bem sucedido. O ano começa…

 

Diante desta rotina frenética nos colocamos a indagar que rumo as coisas estão tomando. Pois o tempo já não é mais o mesmo, e certificamos que Albert Einstein, à frente do seu tempo, genialmente, estava absolutamente certo. O tempo é realmente relativo. Dura muito para quem não tem o que fazer e é ligeiro para quem tem a agenda cheia.

 

Mas se vivemos numa época que temos toda uma tecnologia para nos amparar, facilitando nosso dia a dia, não seria óbvio que o nosso tempo estivesse sobrando e assim pudéssemos fazer tudo que queremos, sem “stress”, ansiedade e com tempo livre para viver a vida?

 

No início do século XX, por volta de 1917, um produtor de café do interior de São Paulo, ao finalizar sua colheita tinha a empreitada de percorrer cerca de 10 km a bordo de uma carroça, saindo da sua fazenda até uma estação ferroviária de uma cidade próxima. Algum tempo depois da chegada à estação, ainda pela manhã, tomava uma locomotiva movida à lenha rumo à cidade de Santos, também no interior de São Paulo, aonde chegava já ao anoitecer.  A viagem durava um dia inteiro, o que lhe permitia ler, conversar com outros passageiros, tomar um bom café, apreciar a bela natureza a sua volta, pensar e refletir sobre a vida e os negócios.

 

Na manhã seguinte ele tomava uma charrete de aluguel e seguia até o mercado onde se fazia a cotação do preço da saca de café. No local, passava o dia conversando com agricultores e comerciantes sobre política, crise, modernidade e sobre o preço do grão. No dia seguinte, pacientemente, fazia todo o percurso de volta para a fazenda. A viagem de ida e volta durava cerca de três dias. Isso mesmo! Era necessária uma viagem longa e lenta, durante três dias, para se ter acesso ao preço da saca de café. E se o preço não estivesse condizente com sua perspectiva, ele não fechava negócio e aguardava mais alguns dias, acreditando numa valorização. Porém, para saber se o preço da saca havia aumentado, ele tinha que fazer novamente a viagem. E isto poderia se repetir várias vezes, até fechar a venda da sua safra. Embora seu negócio lhe exigisse esta atitude, ele não tinha a mínima ideia do que seria o mal de “stress”.

 

Hoje, no entanto, basta o agricultor – de qualquer parte do Brasil – entrar no site da bolsa do café e ver a cotação. Se o preço lhe atender, a venda da safra poderá ser feita imediatamente, por meios eletrônicos. Tudo é muito rápido e prático. O que antigamente gastava-se três dias, hoje se gasta, graças à tecnologia, alguns minutos. Porém, os cafeicultores do atual agronegócio conhecem bem o que é o mal de “stress”.

 

Ao fazermos a comparação entre os agricultores em tempos diferentes deparamos com um fato complexo sobre o nosso atual comportamento, principalmente, no que diz respeito ao mundo dos negócios, no quesito disciplina de agenda e aproveitamento do tempo, hoje tão escasso e valioso. A tecnologia dinamizou a indústria, evoluiu a ciência, popularizou a comunicação digital e sofisticou os produtos, promovendo o conforto para nossas vidas. Mas por que então, estamos convivendo tanto com “stress” e não conseguimos suprir nossas rotinas? O primeiro ponto é que não estamos sabendo usar de forma saudável e até mesmo produtiva as tecnologias que estão em nossas mãos, permitindo que elas gastem o nosso tempo e tirem o nosso foco, nos bombardeando, em todo momento, com informações sem valor e conteúdo. O outro ponto, por interrupções inadequadas de terceiros, estamos muitas vezes, perdendo o foco naquilo que é importante e que realmente nos interessa. Ou seja, não conseguimos focar nos nossos objetivos e metas da forma que deveríamos, o que faz diminuir o nosso rendimento e a nossa produtividade, deixando-nos estressados e insatisfeitos.

 

A conduta ideal e perfeita para combatermos esse mal é desconhecida, pois, é um problema peculiar de característica pessoal, o que exige um comportamento e atitude particular de cada indivíduo.  Entretanto, podemos ter uma certeza: o nosso sucesso profissional e pessoal vão depender diretamente se soubermos administrar o “stress” em níveis saudáveis, e separar o que é importante – do que não é importante – para o desempenho das nossas atividades. Ninguém consegue ser produtivo sob “stress” elevado e fazendo de “tudo” ao mesmo tempo. É preciso saber dizer “não” e priorizar ações e rotinas. Entender bem esse processo e saber lidar com seus extremos será fundamental para chegarmos onde queremos estar, no reino dos bens sucedidos e eficazes. E quando isso, felizmente, acontecer, não teremos mais a sensação, no fim do expediente, de que ficou muita coisa sem fazer. Pelo contrário, teremos a alegria de voltar para casa de bem com o trabalho, de bem com a vida.

 

Nilson Bessas Presidente do Conselho de Administração e Diretor Comercial/Financeiro do Sicoob Lagoacred Gerais. E-mail: nilson@lagoacred.com.br
Nilson Bessas
Presidente do Conselho de Administração e Diretor Comercial/Financeiro do Sicoob Lagoacred Gerais.
E-mail: [email protected]

 

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