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Nilson Bessas – O poder da simplicidade

À medida que uma empresa cresce, uma série de procedimentos e rotinas começam a ser criadas e implantadas para compor seus controles internos. Mas, até que ponto esta dose de burocracia é benéfica? Muitas empresas não conseguem medir a dosagem e se perdem dentro deste emaranhado de procedimentos. Na ponta, o cliente percebe a diferença, na elevação do preço do produto ou na inoperância do atendimento. É uma conta que acaba saindo cara.

 

 

Enquanto microempresa, o empreendedor resolvia qualquer problema num estalo de dedos, bem antes que se tornasse um problema maior, que pudesse trazer grandes consequências. Essa eficiência era possível porque ele estava diretamente à frente do negócio, cuja hierarquia era enxuta, flexível e versátil. Nenhum imprevisto ganhava proporções elevadas e o consumidor, raríssimas vezes, tinha o direito ignorado.

Com essa eficácia e com os clientes bem atendidos, a empresa, com o passar do tempo, migrava da posição de micro e pequena para a posição de média e grande. O empreendedor trilhava o caminho dos sonhos e se sentia realizado pelo porte e pelas conquistas.

Porém, o crescimento do empreendimento trazia consigo ameaças que precisavam ser trabalhadas e combatidas constantemente. E quanto maior se tornasse a empresa, maiores se tornavam essas ameaças, pois, a estabilidade e a consolidação do negócio estavam sempre sendo afetadas pelos problemas mal trabalhados dentro da organização, causados pela ineficiência das hierarquias. Um simples descontentamento de um cliente, originado pela qualidade de um produto, vagava por diversos setores até ser resolvido ou até mesmo desprezado.

É neste ponto que se encontra o grande problema e o grande desafio das empresas: atender rápido e bem as demandas do mercado e dos clientes. O desafio começa com simplificar a gestão, tornando os procedimentos e rotinas em ferramentas para descomplicar e não complicar. Perceber que se estiver complicado e demorado é porque está errado, precisando ser reinventado e melhorado. Para tratar a alta dosagem de burocracia é necessário encurtar os caminhos das decisões, reduzir o número de faixas hierárquicas, ser rápido, prático e objetivo. É preciso melhorar a comunicação entre os setores e delegar mais poderes aos profissionais que trabalham na ponta, direto com o consumidor.

Segundo Washington Olivetto, Chairman e CCO da WMcCann, as empresas precisam aprender a pensar simples, ser afetiva. Em sua palestra no DAY 1 deste ano realizado pela Endeavor no Rio de Janeiro, ele sabiamente disse: “Tudo aquilo que não dá para a gente resolver em pé é porque não deve ser feito. Se tiver que fazer muita reunião para fazer algo, não faça, porque não vai dar certo”. Suas palavras confirmam aquilo que estou descrevendo: As tomadas de decisões, as soluções de problemas, o implementar de novas ideias, o atendimento de uma demanda fora do padrão devem ser realizadas com agilidade e praticidade entre os setores responsáveis. As empresas devem atentar para a simplicidade das regras, dos procedimentos e das rotinas. Devem ainda treinar todos dentro da organização a pensarem e agirem assim, de forma que possam encurtar os caminhos e fortalecer a prática do propósito da empresa, que é sempre desenvolver produtos e serviços que atendam as necessidades dos clientes e realizem seus desejos e sonhos. Os líderes das empresas precisam descobrir o poder da simplicidade.

Pensar simples não significa ser simplista. Significa ser objetivo e prático. Ter um comportamento eficiente para construir o fluxo operacional da empresa que possa vir a diminuir os custos, elevar a produtividade e aumentar a competitividade. No entanto, este é o grande desafio do gestor: Encontrar os meios para conseguir de uma grande empresa a mesma eficiência de uma microempresa. Trata-se de uma tarefa delicada, que exige mudanças de hábitos, humildade e vontade de fazer diferente e melhor. Claro que nunca haverá um formato perfeito e que erros ocorrerão. Mas, desde que os erros sejam corrigidos com rapidez e atenção, eles tornarão as rotinas mais eficazes, e permitirão a melhoria contínua e o fortalecimento da organização.

Uma vez gerindo de maneira simples, os resultados serão perceptivos bem antes do imaginado, projetando a empresa rumo à elite das bem sucedidas. O crescimento será alicerçado numa base operacional leve e favorável para a consolidação do negócio.

Nilson Bessas Presidente do Conselho de Administração e Diretor Comercial/Financeiro do Sicoob Lagoacred Gerais. E-mail: nilson@lagoacred.com.br
Nilson Bessas
Presidente do Conselho de Administração e Diretor Comercial/Financeiro do Sicoob Lagoacred Gerais.
E-mail: [email protected]
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