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Nilson Bessas – A arte de reconhecer

Trabalhar em equipe e contribuir para a empresa atingir suas metas e objetivos devem ser a intenção e o propósito de todos os seus profissionais. Mas, se nem todos os profissionais da equipe agirem assim e somente uma parte deles estiverem se comprometendo com o resultado? Qual é a melhor forma de remunerar os membros da equipe? Todos devem receber os mesmos salários, comissões e bônus ou cada um deve receber individualmente conforme sua produção?

 

Desde que se formou na faculdade, João dedicava intensamente para fazer a diferença na empresa em que trabalhava. Ele não era mais um jovem, daqueles que querem mudar o mundo, mas ainda assim, desejava todos os dias, pelo menos, mudar o ambiente a sua volta. Estava cheio de energia para trabalhar e construir relacionamentos. Era um eterno insatisfeito com o resultado que obtia em seu trabalho, porque dentro de si, sabia que podia mais, e que não existe nada tão bom, que não possa ser melhorado. Entendia que poderia otimizar os processos de produção e vendas, e poderia reinventar as maneiras de encantar o cliente. Mas algo na empresa lhe anestesiava, deixando-o desanimado. A sua direção não lhe correspondia, pois, a remuneração era fixa e por mais que ele produzia, seu salário era o mesmo. Além disso, todos os membros da equipe tinham a mesma remuneração, inclusive aqueles que não produziam, ou que produziam muito pouco. Ou seja, ele sentia que estava gastando suas energias em vão.

Com o passar do tempo, a empresa foi perdendo mercado. Vieram outras companhias do mesmo seguimento, mais dinâmicas e proativas, e atraíram boa parte da clientela daquela praça. No entanto, João não estava mais lá. Como se imaginava, ele tinha sido levado a mudar de emprego, e hoje ele é um líder de uma multinacional. Encontrou um lugar que tinha o seu perfil, onde se promovia e remunerava por meio dos méritos, aquilo que ele desejava na empresa anterior. E logo, através dos seus esforços e desempenho galgou posições e está construindo uma bela carreira, liderando uma grande equipe de vendas. Sua performance vem alicerçada sobre a meritocracia, onde ele e cada membro da equipe são avaliados separadamente, possibilitando uma remuneração e promoção conforme o desempenho de cada um. Todos, então, davam suas contribuições de modo determinante para alcançar o resultado desejado. Ninguém ficava de “corpo mole” esperando ser remunerado conforme a produção dos colegas. A gestão desta empresa sempre foi voltada para reconhecer quem de fato produz e faz a empresa deslanchar. Todavia, os colaboradores que mesmo motivados e treinados para baterem suas metas, e ainda assim, não o fazem, são submetidos a mais treinamentos. Portanto, são desligados da empresa se permanecerem improdutivos.

As empresas que vêm se destacando no mercado e crescendo acima da média – pode ter certeza – adotaram a meritocracia como forma de incentivar a produtividade e retribuir o desempenho de seus profissionais. Todas elas sabem que seria impossível crescer se fosse diferente. Mas, mesmo isso sendo uma realidade no mundo corporativo, existem aqueles que acham que a diferenciação entre membros de uma mesma equipe é injusta e que todos devem ser reconhecidos e remunerados por igual caso a equipe venha cumprir seus objetivos. E que uma empresa não pode demitir um funcionário esforçado, simplesmente porque não cumpriu suas metas.

No entanto, é esse entendimento que não é justo. Uma empresa não vai a lugar nenhum e muito menos gerará empregos e riquezas se quiser proteger os colaboradores ineficientes. O profissional que se esforça e cumpre suas metas – e faz a equipe se sair bem – não pode carregar os improdutivos nas “costas”. O ideal é que todos sejam produtivos ou que pelo menos tenham o desempenho acima do mínimo estipulado. O que pode ser considerado injusto é alguém se apropriar da produção de outro ou ser promovido por indicação política.

Reconhecer, remunerar e promover pelo mérito, fortalece a empresa e cria um ambiente motivado e produtivo. E essa atitude não é restrita às grandes corporações, e deve também ser aplicada às micro, pequenas e médias empresas. Remunerar todo mundo igual sem medir os esforços individuais pode colocar o empreendedor e seu negócio numa zona de risco.  O fato é que toda empresa precisa ter clientes satisfeitos e encantados para crescer e durar, mas isso somente é possível se os colaboradores estiverem também motivados e satisfeitos com a organização. E o que mais deixa um profissional motivado e satisfeito com a organização, é principalmente, uma política de remuneração e promoção transparente e eficaz, que possa reconhecer sua eficiência e os resultados alcançados.

Conhecer bem este cenário e saber lidar com ele pode fazer toda a diferença para o sucesso empresarial. O tempo do salário fixo e da promoção por tempo de casa ficou lá no passado e não combina com a gestão moderna alicerçada na produtividade e no alto desempenho. O empreendedor precisa ficar atento a isso, e principalmente, saber reconhecer os “Joãos” de sua empresa, antes que eles vão embora.

Nilson Bessas Presidente do Conselho de Administração e Diretor Comercial/Financeiro do Sicoob Lagoacred Gerais. E-mail: nilson@lagoacred.com.br
Nilson Bessas
Presidente do Conselho de Administração e Diretor Comercial/Financeiro do Sicoob Lagoacred Gerais.
E-mail: [email protected]
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