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“Não fizemos uma campanha para debater segurança pública. Precisamos de ações”, afirma presidente da ACE

Paulo Roberto Pereira, presidente da ACE/CDL - Foto: Lindomar Fotógrafo

Segurança em crise: Reunião entre empresários e autoridades define ações urgentes e pede o apoio da população para convencer políticos a colocarem-nas em prática.

A ACE/CDL de Lagoa da Prata reuniu empresários e autoridades na última terça-feira (25/04) para apresentar o projeto “Lagoa Pede Socorro”, que pede às autoridades políticas e de segurança a efetivação imediata de diversas ações para combater os índices de violência.

A proposta se baseia no aumento do efetivo das forças de segurança, incluindo a Guarda Civil Municipal, a municipalização do trânsito, maior presença de policiais em todas as regiões da cidade e repressão máxima aos pequenos crimes.

ACE/CDL reuniu empresários e autoridades políticas e de segurança para apresentar o projeto #LagoaPedeSocorro – Foto: Lindomar Fotógrafo

De acordo com o presidente da ACE, o empresário Paulo Roberto Agostinho Pereira, será feita uma campanha para mobilizar a população a aderir às propostas por meio de um abaixo-assinado que será entregue aos poderes Executivo e Legislativo e às autoridades de segurança. “Essas ações e mais outras que surgiram durante o debate serão levadas à população. Queremos o apoio através de instrumentos legais para que a gente possa mostrar às autoridades competentes o que a população quer que seja feita”, disse Paulo.

Após a reunião foi montado um comitê de trabalho que irá estabelecer as metas e cronogramas a serem executados. Todas as ações serão amplamente divulgadas à população, mostrando o que foi feito. As ações que não saírem do papel, e os motivos que impossibilitaram o seu êxito, também serão divulgados ao público. Esse grupo se reunirá na próxima terça-feira (02/05), às 18h30, na sede da ACE/CDL.

Além da diretoria e funcionários da associação comercial, participaram do primeiro encontro o vice-prefeito Roberto do Tuim, os vereadores Quelli Couto e Elias Izaías, o delegado Alyson Xavier, o presidente da OAB Ailton José Silva, o comandante da Guarda Civil Municipal Emerson Santos, o sargento da Polícia Militar Washington Felipe, os representantes do Consep Roberto Amaral e Avelina Ferreira e o diretor do Sicoob Crediprata Antônio Claret.

“O CIDADÃO NÃO AGUENTA MAIS”

Em entrevista ao jornalista Tiago Martins, da rádio Tropical AM, o presidente da ACE, Paulo Pereira, disse que o cidadão não aguenta mais e que é preciso de ações práticas para devolver à população à sensação de segurança.

Paulo Roberto Pereira, presidente da ACE/CDL – Foto: Lindomar Fotógrafo

Qual a sua avaliação dessa reunião? Qual solução buscar para melhorar a segurança?

Paulo: O que acontece é que todo cidadão não aguenta mais. Está todo mundo pedindo socorro e a gente não sabe para quem. Existem vários discursos que vem sendo repetidos por todos os políticos, anos após anos, que precisamos de mais efetivo policial, precisamos disso e daquilo, e a coisa nunca acontece. Esse evento foi apenas o estopim. É um projeto audacioso, que não tenta fazer o todo, mas fazer uma pequena parte objetiva, são coisas simples, como a municipalização do trânsito, estacionamento rotativo, estruturação da Guarda Civil Municipal com mais efetivo. Esse é o primeiro passo que o comitê da crise de segurança vai se empenhar em desenvolver. Precisamos do apoio popular e eu não tenho dúvida de que irá apoiar porque ninguém aguenta mais.

Essa campanha só vai lograr sucesso se conseguimos modificar alguma coisa que está em pauta. Não fizemos uma campanha para debater segurança pública. Precisamos de ações. Essas ações e mais outras que surgiram durante o debate serão levadas à população. Queremos o apoio através de instrumentos legais para que a gente possa mostrar às autoridades competentes o que a população quer que seja feita.

Qual a dificuldade em colocar essas ações em prática?

Paulo: É a diversidade de foco e poderíamos trabalhar em várias frentes para resolver o problema. Queremos, inicialmente, focar em alguma coisa que pode ser resolvida, e depois outra, outra… e aí construir do menor para o maior.

Eu só quero que o nosso marketing consiga traduzir para as pessoas que queremos ver os problemas resolvidos. Se a população entender e participar junto conosco não tenho dúvida de que nossas autoridades se moverão a favor de resolver os problemas.

Nosso movimento não é contra nenhuma autoridade, não é contra nenhum poder, contra ninguém. Queremos união. Queremos todos os vereadores, do prefeito, vice-prefeito e de toda estrutura governamental.

 

AUTORIDADES FALAM

Autoridades presentes na reunião #LagoaPedeSocorro – Foto: Lindomar Fotógrafo

Roberto do Tuim, vice-prefeito: “A segurança pública é um gargalo no país inteiro e LP não é diferente. Temos que unir forças, independentemente de partidos políticos. Já fui vítima de assalto várias vezes. Infelizmente, não precisamos contar com o Estado, que está falido. A Prefeitura não está de braços cruzados. Temos ido buscar alternativas e reforços. No ano passado estive lá e disseram que viviam 8 policiais civis para LP. E no final, cadê?”

Alyson Xavier, delegado: “O Estado infelizmente não nos oferece a condição que a cidade precisa. Lagoa da Prata está me deixando temeroso. Nós estamos fazendo o nosso papel. Uma comitiva esteve se reunida com o secretário de segurança e a promessa dele é que virá 14 PMs. Se vier 5 já está de bom tamanho. A Polícia Civil infelizmente vive de ajuda da prefeitura e de empresários. As viaturas estão naquele estado que vocês conhecessem. Isso é um absurdo o terceiro estado mais rico do Brasil passar por essa situação”.

Emerson Santos, comandante da Guarda Civil Municipal: “Quem está nos afrontando são os menores que roubam as residências, que fumam crack. São esses que temos que combater. Preciso de pessoas, precisamos estar armados. Policial desarmado é coisa da Suécia, Dinamarca. Isso não existe no Brasil. Espero que esse ano a guarda já esteja armada. Queremos a GCM forte. A Prefeitura de Lagoa da Prata tem uma guarda que muitas cidades não têm. A prefeitura não gasta menos de 1,5 milhão anual com segurança pública. Quando a guarda tiver um contingente armado e maior, quero o guarda na porta das escolas protegendo nossos filhos dos traficantes. Tem traficante dentro das escolas”.

Avelina Ferreira, representante do Consep: “A gente não pode pensar somente em ações reativas. Precisamos pensar em ações proativas. Os menores estão roubando para comprar drogas. Como podemos evitar isso?”

Quelli Couto, vereadora: “Nossa guarda começou com 20 e hoje temos 13. O número de PM é 33, o mesmo de 20 anos atrás. Peço ao prefeito que aumente o efetivo da guarda. Não concordo em fazer concurso para preenchimento de cadastro de reserva para os guardas. Que a prefeitura possa reavaliar essa questão e cortar na carne para fazer realmente o que a cidade precisa, que é o aumento do efetivo”.

Elias Izaías, vereador: “O governo não está conseguindo o tripé básico saúde, educação e segurança”.

Ailton José da Silva, presidente da OAB: “Temos um problema local. Não é exclusivo nosso, mas é crescente. Por mais que tentemos resolver, ele sempre vai aumentar. Comecei a advogadar em 1996, e minha área era criminal. A maioria dos crimes diziam respeitos a pequenos furtos, assalto, homicídio. A maioria era voltada ao crime propriamente dito. O cara assaltava porque queria o bem para ele. Aos poucos isso foi mudando. Todo crime passou a ter um fundo ligado ao tráfico. Hoje ele assalta para comprar droga. Praticamente hoje não existe homicídio passional. A maioria é ligada ao tráfico. Parei de advogar nessa área, pois o traficante tem que ficar na cadeia. Essa facilidade que o usuário de droga tem quando é pego, é errado”.

 

#LagoaPedeSocorro

* Envolver a comunidade empresarial e todo cidadão na campanha

* Contribuir para mudanças efetivas na segurança pública

* Buscar apoio na sociedade organizada, do cidadão e da classe política

* Elevar a sensação de segurança do cidadão.

FOCO

* Aumento do efetivo das forças de segurança

* Municipalização do trânsito

* Maior presença das forças de segurança em todos os cantos da cidade

* Repressão máxima aos crimes de pequena monta

COMO

* Fazer campanha de conscientização e formação de opinião

* União de empresários, Consep, instituições de segurança, poder executivo, legislativo e judiciário, organização não governamentais, líderes políticos, instituições financeiras, cooperativas, sindicatos, líderes religiosos, clubes de serviço, imprensa, OAB, outros

* Mídia em rádio, entrevistas, jornais, outdoor, cartilhas, carros de som etc

* Coleta de abaixo-assinado.

* Buscar acordos para efetiva alteração do quadro de insegurança.

* Divulgar os resultados ou continuar na mídia para a campanha de conscientização dos motivos do insucesso.

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