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Mulher diz ter sido maltratada em atendimento médico no PSF de Lagoa da Prata

Luciana e Eulália , moradoras do bairro Gomes reclamam do atendimento no PSF local
Usuários da unidade de saúde do bairro Gomes também reclamam da
demora em conseguir marcar uma consulta

 

A Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa da Prata está investigando denúncias de que alguns médicos das unidades de saúde estariam realizando atendimento em suas clínicas particulares no horário de serviço do PSF. No dia 6 de janeiro, a administração municipal determinou que todos os profissionais das unidades de saúde batessem ponto eletrônico para comprovar que estão trabalhando oito horas diárias de trabalho conforme determina o contrato assinado junto ao Município. “Recebemos algumas reclamações e estamos investigando a conduta de alguns médicos. O Ministério Público e a Polícia Civil estão cientes”, disse o prefeito em entrevista concedida à Rádio Veredas FM.
A medida contrariou muitos médicos, que reagiram. Antes desse impasse, os pacientes que fazem uso de medicamentos contínuos retiravam as suas receitas com as próprias enfermeiras, sem filas.
No dia 12 de janeiro os médicos decidiram que todas as receitas seriam obtidas somente após uma consulta médica, conforme determina a lei. A medida provocou longas filas de espera nas unidades de saúde.
Na última terça-feira foram feitos 41 atendimentos na unidade do bairro Gomes. O Jornal Cidade apurou que cerca de 70% foram para a confecção de receitas.

[pull_quote_right]Eu chego lá e ele fica falando que eu vou morrer. A gente leva os exames e ao invés dele incentivar, fala que eu já deveria estar morta[/pull_quote_right]
No bairro Gomes, os usuários precisam ficar na fila de 8h às 13h para agendar uma consulta para o dia seguinte. O procedimento gerou reclamações. A aposentada Eulália Amorim faz uso de medicamentos controlados há muitos anos e está com dificuldade para pegar a receita. “Espero que ninguém fique com raiva de mim, pois gosto de todo mundo lá (no PSF), mas a situação precisa ser resolvida”. Marlúcia Ferreira publicou a sua reclamação em uma rede social. “Os médicos estão dificultando as consultas para ver se o prefeito muda a carga horária de oito horas porque eles não querem trabalhar”, disse Ferreira.

MAUS TRATOS
“Eu chego lá e ele fica falando que eu vou morrer. A gente leva os exames e ao invés dele incentivar, fala que eu já deveria estar morta”. Com essas palavras, a usuária Luciana desabafou à reportagem sobre a sua experiência no PSF do bairro Gomes. Ela é portadora de diabetes e foi encaminhada para tratar a doença em Santo Antônio do Monte. “Como minha colega (Eulália) disse, está difícil consultar porque eles dão no máximo seis fichas por dia. E tem dia que a gente está esperando e ele liga falando que não poderá vir”, reclama Luciana.

O OUTRO LADO
A reportagem do Jornal Cidade conversou com o médico Vinicius Maia, que atende no PSF do bairro Gomes. Ele preferiu não gravar entrevista, mas disse que a paciente Luciana pode ter interpretado de forma equivocada a sua expressão e que o seu objetivo era alertá-la com relação à necessidade
de cuidar da saúde.
Com relação à exigência de consultas para a obtenção de receitas, o médico ressaltou que está cumprindo o que determina a resolução 1931/2009 do Conselho Federal de Medicina.
Segundo ele, muitos médicos estão trabalhando insatisfeitos e poderão pedir demissão do serviço nas unidades de saúde do Município. “Sexta-feira (30/01) será meu último dia de trabalho”.

O secretário municipal de Saúde Antônio Juarez de Castro disse por telefone à reportagem
que concorda com o médico no que diz respeito ao fornecimento de receitas. “As pessoas têm um entendimento de que o PSF é somente para consultas, mas não querem participar dos grupos de hipertensos, dos diabéticos, das campanhas de vacinação. Quer é consultar. O correto é pegar a receita com a avaliação do médico. Ele precisa ver se o medicamento está tendo o efeito desejado. Cada caso tem que ser pontuado individualmente”.

[pull_quote_left]Se ele não quiser trabalhar é um direito dele. Tem que dar o lugar para quem queira[/pull_quote_left]
Juarez disse que até na última quarta-feira nenhum médico havia pedido demissão. “Se ele não quiser trabalhar é um direito dele. Tem que dar o lugar para quem queira”.

 

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