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Lagoa da Prata – Márcio Amorim entrega o cargo de Secretário de Fazenda

Principal nome do governo Paulo Teodoro pede exoneração e cita desgaste com a Câmara Municipal

 

Após um ano e três meses de governo, a administração do prefeito Paulo César Teodoro sofre a terceira baixa do primeiro escalão. Depois de perder Antônio de Pádua Lima Sampaio (Toninho Sampaio) e Carlos Brasil Guadalupe (Lalinho) das pastas de Desenvolvimento Econômico e Obras, respectivamente, Márcio Amorim, então secretário de Fazenda pediu exoneração do cargo. Em e-mail enviado aos servidores da prefeitura e encaminhado à Câmara Municipal, Amorim afirmou que a derrota sofrida pelo governo no Legislativo durante a votação de reajuste do IPTU foi decisiva para a sua saída. “O IPTU foi minha grande decepção. Vislumbrei na revisão deste imposto a única solução viável para resolver o grave problema de pessoal que a prefeitura enfrenta. Abro espaço para o senhor prefeito encontrar outra pessoa que possa continuar negociando com a Câmara uma solução para este problema. Já não me sinto à vontade para negociar com a atual Câmara de vereadores”, escreveu.

Em 2012, todos os parlamentares rejeitaram o projeto de lei enviado pelo Executivo que revisava o IPTU, mas não propuseram nenhuma alternativa para corrigir os valores do imposto, que hoje permite a um proprietário de uma casa de alto padrão pagar o mesmo valor do imposto de uma residência simples situada em um bairro da periferia. O único vereador que estudou a fundo o projeto e propôs emendas foi Paulo Roberto Pereira, mas as propostas não foram votadas por falta de apoio dos demais parlamentares. “Se a nossa proposta não era a melhor para a cidade, qual era a melhor? Não vi nada da Câmara para corrigir isso. Isso foi um dos fatores que começaram a desmotivar minha permanência na prefeitura. Minha relação com a Câmara não está tranquila. Eles foram eleitos para ajudar o prefeito a administrar a cidade. Se eles não vão ajudar, quem vai ajudar? Os vereadores é que têm responsabilidade de, junto com o prefeito, apresentar soluções. Se eu apresento a ideia e essa ideia não é boa, eles têm a obrigação no mínimo de apresentar outra proposta”, disse Amorim em entrevista na última quarta-feira ao locutor Graziano Silva, da Rádio Veredas Fm.

O ex-secretário deixou a entender que o desgaste com a Câmara tem cunho pessoal. “Chegou um ponto que a relação entre o Márcio Amorim e alguns vereadores ficou pessoal. Se chegou um momento que isso está atrapalhando, tenho que tirar o meu time de campo. Eu tinha soluções, eu tinha propostas. Agora, quem estava atrapalhando tem a obrigação moral de mostrar a cara e apresentar soluções”, declarou Amorim.

CONFRONTO COM O LEGISLATIVO

Márcio reconheceu que ele e a Câmara não se entenderam. “O confronto aconteceu e não foi produtivo. Em duas oportunidades estive na Câmara. Primeiro para tratar do PDV – Programa de Demissão Voluntária. Ficamos mais de três horas esperando eles discutirem assuntos que não estavam na pauta. Num segundo momento, no dia 27 de fevereiro, quando estive apresentando os números na audiência pública, seria o momento oportuno para eles sugerirem alguma coisa para ser feito com o superávit. Fui lá e nem para compor a mesa eles me chamaram. Passado alguns dias me chega um requerimento me convocando para tratar do mesmo assunto. Vejo que a Câmara tem três grupos. Tem um grupo político de oposição. Tem um grupo centrado que tem trabalhado para buscar soluções. E tem o terceiro grupo que não sabe o que está fazendo. São verdadeiras baratas tontas. Não tenho estômago para continuar essa negociação com a Câmara. Eles teriam feito uma convocação chamando todos os funcionários do pronto socorro para irem à Câmara dar uma satisfação sobre o andamento do PAM no Hospital São Carlos. Porque eles não tiram o traseiro da cadeira e vão lá? Parece que não estão entendendo o papel deles. Estou saindo para aqueles que estão bem intencionados possam sentar com o prefeito, fazer uma composição. Não precisa concordar com o prefeito. Mas se não concordam, que apresentem alternativas”, finaliza Amorim.

 

DESEMPENHO NA SECRETARIA

O ex-secretário fez um balanço do seu trabalho nos quinze meses em que esteve à frente da Secretaria de Fazenda. “Pegamos a secretaria com déficit e restos a pagar da última gestão. Existia um déficit de 740 mil reais. Essa dívida foi paga. Tivemos uma perda de repasse em 2013 na ordem de cinco milhões de reais. Conseguimos fechar o balanço financeiro com superávit na ordem de sete milhões de reais. Ninguém gosta de pagar imposto. Se não tem fiscalização a turma da sonegação fica à vontade. Tem a questão do combate à fiscalização. Tem a questão da economia, de comprar melhor. Principalmente tem a questão do realinhamento do ITBI, onde apenas cumprimos a lei. Implementamos a nota fiscal eletrônica que trouxe resultados positivos. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2014 comparados com o 2013, a nossa receita fiscal cresceu cem mil reais. A nota fiscal eletrônica dificulta a sonegação. Não sou o grande apaixonado por pagar muito imposto. O IPTU faz falta para Lagoa da Prata. Está totalmente defasado. Lagoa da Prata tem quatro vezes menos habitantes que Divinópolis. Divinópolis arrecada 31 milhões de reais por ano. Lagoa da Prata arrecadou 1 milhão e duzentos mil”, finalizou Márcio.

O Jornal Cidade protocolou um ofício na secretaria da Câmara solicitando um parecer da casa sobre as declarações do ex-secretário. O espaço está aberto para que o Poder Legislativo se manifeste.

 

Frases para os olhos:

“[pull_quote_left]Os vereadores é que têm responsabilidade de, junto com o prefeito, apresentar soluções. Se eu apresento a ideia e essa ideia não é boa, eles têm a obrigação no mínimo de apresentar outra proposta[/pull_quote_left]”.

 

[pull_quote_right]Vejo que a Câmara tem três grupos. Tem um grupo político de oposição. Tem um grupo centrado que tem trabalhado para buscar soluções. E tem o terceiro grupo que não sabe o que está fazendo. São verdadeiras baratas tontas. Não tenho estômago para continuar essa negociação com a Câmara[/pull_quote_right]

“Vejo que a Câmara tem três grupos. Tem um grupo político de oposição. Tem um grupo centrado que tem trabalhado para buscar soluções. E tem o terceiro grupo que não sabe o que está fazendo. São verdadeiras baratas tontas. Não tenho estômago para continuar essa negociação com a Câmara”.

 [pull_quote_left]Eles (vereadores) teriam feito uma convocação chamando todos os funcionários do pronto socorro para irem à Câmara dar uma satisfação sobre o andamento do PAM no Hospital São Carlos. Porque eles não tiram o traseiro da cadeira e vão lá? Parece que não estão entendendo o papel deles[/pull_quote_left]

“Eles (vereadores) teriam feito uma convocação chamando todos os funcionários do pronto socorro para irem à Câmara dar uma satisfação sobre o andamento do PAM no Hospital São Carlos. Porque eles não tiram o traseiro da cadeira e vão lá? Parece que não estão entendendo o papel deles”.

 

 

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