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Lagoa da Prata – Diretor do SAAE fala sobre racionamento de água

O abastecimento de água em Lagoa da Prata, feito pelo SAAE, continua dentro da normalidade. Neto fala sobre os investimentos que estão sendo feitos na melhoria do serviço e explica os benefícios que o SAAE oferece em relação à Copasa

 

Funcionário de carreira do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Lagoa da Prata, o engenheiro Astacio Correia Neto (48) dedicou 20 anos de sua vida profissional à autarquia municipal. Promovido a diretor no início da gestão do prefeito Paulo César Teodoro, Neto fala na entrevista concedida ao Jornal Cidade sobre as obras que estão sendo realizadas no centro da cidade que, segundo ele, deveriam ter sido feitas há mais de 20 anos. O diretor comenta sobre a possibilidade de racionamento de água no município.

 

 

Jornal Cidade: Muitas cidades da região estão tendo problemas no abastecimento de água. E o SAAE, em Lagoa da Prata, tem conseguido atender a população. Existe o risco de racionamento no município?

Neto: O período da escassez de chuva tem levado várias cidades a situações alarmantes no fornecimento de água. Recentemente estive em Belo Horizonte e vi que 116 municípios no interior de Minas estão registrando falta de água e 77 deles estão na bacia do rio São Francisco. Em Lagoa da Prata também estamos passando por um momento delicado por falta de chuva. Muitas fazendas estão com dificuldade para oferecer as águas aos animais e por isso muitos produtores rurais têm comprado caminhões com água para abastecer suas fazendas. Mas aqui em Lagoa da Prata ainda não tivemos nenhum problema mesmo, uma vez que nosso abastecimento é realizado através de poços artesianos. Os poços são profundos e os aquíferos abundantes. Não tivemos problemas na queda, no nível e tampouco na vazão dos poços.

 

Jornal Cidade: Como é feita a medição da capacidade do aquífero?

Neto: Quando perfuramos um poço, descemos um tubo junto ao tubo de captação de água, assim acompanhamos o nível do poço e a medição da vazão. Até agora não tivemos nenhum problema, mas não podemos ficar em berço esplêndido e achar que estamos livres disso.  Estamos realizando campanhas educativas que incentivam a população a reduzir as perdas. O próprio SAAE trabalha também com esse foco, que é evitar o desperdício. Temos feito o possível para consertar os vazamentos o mais rápido possível e estamos evitando descarga de rede.

 

Jornal Cidade: Se o período sem chuva continuar, por quanto tempo o aquífero conseguirá abastecer Lagoa da Prata?

Neto: Se persistir, a situação ficará muito preocupante, pois apesar do aquífero ser subterrâneo a sua recarga ser superficial, então é a água de chuva que reabastece esse aquífero. Falar de tempo é difícil. A previsão é feita através de estimativas e parâmetros. Elas não são erradas, mas também não são exatas, porém, quando você vê que o nível começa a baixar isso significa que o abastecimento poderá estar comprometido. O nível ainda não baixou, mas a situação é preocupante, ainda mais que os municípios vizinhos estão com falta de água.

 

Jornal Cidade: O aquífero que abastece Lagoa da Prata está a quantos metros do solo?

Neto: Nós temos poços rasos e poços profundos. A maioria dos poços das fazendas são rasos, com profundidade de 35 a 40 metros. Esses poços perfuram somente o solo e não as rochas, captam a água do lençol freático e essa água vai exaurindo rapidamente.  Já os poços profundos, na área urbana, estão a 80 metros do solo. A água é extraída da rocha. Temos hoje 20 poços na área urbana. Extraímos nossa água do aquífero Araxá. Mais abaixo dele, tem o aquífero Guarani, cuja perfuração dos poços custa muito mais, sendo necessário terceirizar o serviço. Mas até hoje não houve a necessidade de se pensar neste caso.

 

Jornal Cidade: Em Divinópolis foi criada uma lei onde o consumidor que gasta muita água pagará uma multa. O que você pensa a respeito disso?

Neto: O primeiro passo para se criar esta lei é a cidade declarar que está em fase de racionamento, o que ainda não é o nosso caso. Essa multa é legal, mas precisamos de justificativa.  Existem pessoas que lavam a calçada três vezes ao dia, o que é completamente desnecessário.

 

Jornal Cidade: Muitas cidades da região são atendidas pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais, sociedade de economia mista, com fins lucrativos). Na sua opinião, qual é a vantagem que os municípios atendidos pelo SAAE têm em relação àqueles atendidos pela Copasa?

Neto: A vantagem é tremenda. Todo município que coloca na ponta do lápis, o serviço municipalizado só verá vantagens. O SAAE não visa lucro e toda a arrecadação tarifária é revertida para o próprio SAAE, como pagamento do pessoal, manutenção de serviços, produtos e equipamentos. Além de gerar o capital para o próprio município o dinheiro fica totalmente na cidade. Um exemplo é que a Copasa é uma companhia estadual e mista. Ela tem acionistas para dividir o lucro. Ela arrecada o dinheiro e leva para os cofres estaduais. Só o mínimo volta para o município.  As tarifas impostas pela Copasa são maiores que às do SAAE.

 

Jornal Cidade: Estão sendo feitas algumas obras no centro de Lagoa da Prata, causando transtornos ao trânsito. O que está sendo feito?

Neto: Essas obras deveriam ter sido feitas há muitos anos para trocar a rede, pois o cimento amianto está fora de linha há 20 anos. Esta obra é muito trabalhosa, em um local de muito movimento, e causa um transtorno provisório. Estamos investindo cerca de R$ 400 mil, fazendo mais uma rede de PVC para reforçar o abastecimento do centro e bairros Cidade Jardim e Américo Silva, que há muito anos têm pouco pressão. A obra deverá ficar pronta em um mês, pois há outras obras de pequeno porte envolvidas. Mudamos todo o sistema elétrico da casa de bombas do centro, com investimento de R$79 mil, colocamos um painel ultramoderno, reformaremos a casa de bombas do centro e aumentaremos o a capacidade de bombeamento.

 

Jornal Cidade: Se essa era uma obra tão necessária, por que o SAAE não a executou antes?

Neto: A administração do SAAE é cargo de confiança do prefeito e cada prefeito tem uma prioridade. A meu ver, esta obra sempre foi prioridade, mas não era de outros prefeitos. E na administração do prefeito Paulo Teodoro estamos conseguindo fazê-la. Temos uma verba de mais de R$ 3 milhões para investir em uma obra de construção da Estação de Tratamento de Água. Nós não estamos tendo o racionamento porque investimos em obras já pensando no futuro. Mas, independentemente do investimento do SAAE, a população não pode desperdiçar água para não ficarmos na mesma situação de outros municípios.

 

 

 

 

 

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