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Indústrias do polo de fogos de artifício cortam produção em 50%

Pelo menos 5 mil trabalhadores já foram demitidos

A situação do Polo Industrial de Pirotecnia de Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste de Minas, é grave. Diante da queda de 70% nas vendas no acumulado deste ano até julho, na comparação com o mesmo intervalo de 2014, as empresas do arranjo produtivo local (APL), que reúne mais oito municípios da região, cortaram a produção em 50% e já demitiram ao todo 5 mil trabalhadores, o que representa a metade dos empregos que o polo gerava.

Jorge Filho Lacerda
Jorge Filho Lacerda

Como nosso produto é supérfluo, estamos sentindo ainda mais a retração econômica. A queda na demanda foi muito grande e as empresas mal estão conseguindo se sustentar. Todos os fabricantes demitiram 50% ou mais do efetivo e cortaram a produção pela metade“, explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais (Sindiemg), Jorge Filho Lacerda.

E, segundo ele, a queda de 70% nos negócios é ainda pior quando levado em consideração que 2014 já não foi um ano bom para o setor, apesar da Copa do Mundo e das eleições, que poderiam ter alavancado a demanda por fogos de artifício, o que não aconteceu. No exercício passado, o segmento amargou uma perda de 30% no faturamento em relação a 2013. “Esperávamos crescimento no ano passado, mas o fato de o Brasil ter perdido a Copa atrapalhou os negócios. Além disso, o período eleitoral foi decepcionante“, completa.

Projeto – Outro fator que prejudicou a atividade no ano passado foi o Projeto de Lei 4.908/2014, que tramitava na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com o objetivo de proibir a comercialização “de rojões e outros artefatos”, mas que acabou arquivado.

Já outro projeto de lei (PL 3.271/12), em tramitação no Congresso Nacional, ainda não foi votado. A proposta, apresentada em fevereiro de 2012 pelo deputado federal José Stédile (PSB-RS), restringe a venda de algumas classes de fogos de artifício a pessoas jurídicas, entre eles foguetes, rojões e morteiros. A preocupação com esses produtos se intensificou em 2012, com a morte de mais de 200 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria (RS).

O projeto está parado na Câmara desde o ano passado. Em virtude da apensação do PL 4.950/2013, a proposta original terá que ser apreciada em plenário. Até o momento, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania ainda não se manifestou quanto ao mérito do projeto, assim como a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

No entanto, o representante do setor enxerga uma luz no fim do túnel. De acordo com ele, o segundo semestre pode ser melhor em função do Réveillon. Mas, mesmo assim, não será suficiente para salvar o ano. E, para 2016, também há uma perspectiva de melhora na demanda por fogos de artifício, uma vez que, normalmente, as vendas aumentam aproximadamente 30% em época de eleições.

O Polo de pirotecnia reúne aproximadamente 76 empresas especializadas na fabricação de fogos de tiros e cores, estalos de salão, traques e bombinhas de riscar, entre outros itens. A produção do APL responde por praticamente todo o produto consumido no Estado e por cerca de 95% no País. Já operando com metade da capacidade e com estoques elevados, muitas empresas correm o risco de fechar as portas caso não haja uma retomada nas vendas.

Por: Diário do Comércio

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