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Indústria de Fogos de Artifício da região apura queda de 20% na produção

Empresas do APL estão otimistas com 2018, ano de Copa e eleição/Divulgação

Crise gerou um corte de, pelo menos, mil empregos

Fonte: Diário do Comércio
As festas de fim de ano, principalmente o Réveillon, não seriam as mesmas sem as luzes dos fogos de artifício. E um dos grandes responsáveis pelo colorido dos céus brasileiros nessa época é o Arranjo Produtivo Local (APL) de Fogos de Artifício de Santo Antônio do Monte e região. São seis cidades da região Centro-Oeste, além de Santo Antônio do Monte: Japaraíba, Lagoa da Prata, Pedra do Indaiá, Itapecerica, Moema e Neolândia, que empregam de forma direta cerca de 4,5 mil trabalhadores.

De acordo com o coordenador do Sindicato das Indústrias de Explosivos no Estado de Minas Gerais (Sindiemg), Américo Libério da Silva, a crise econômica vivida pelo Brasil aliada à falta de eventos importantes ao longo do ano fez de 2017 um ano extremamente difícil. A diminuição na produção deve fechar em cerca de 20%, na comparação com 2016.

“Sobrevivemos em 2017 com muitas dificuldades. Os anos ímpares são, tradicionalmente, mais difíceis que os pares, quando acontecem Copa do Mundo, Olimpíadas e eleições. Mas a crise econômica foi a grande vilã. Ao longo do ano, tivemos queda de até 60% na produção. Agora, no fim de 2017, conseguimos recuperar uma parte importante, mesmo assim vamos fechar com um resultado inferior ao apurado em 2016”, explica Silva.

Para enfrentar as dificuldades, as empresas do APL têm investido na melhoria dos processos e em qualificação do pessoal. O setor pouco mecanizado exige mão de obra intensiva. O tamanho da crise pode ser medido pelo número de demissões. Em 2016 eram, pelo menos, mil postos de trabalho a mais.

Além do Brasil, as empresas mineiras vendem para países da América do Sul, principalmente  Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Cerca de 20% do faturamento vêm das compras dos nossos vizinhos.

Para o diretor-presidente Fogos Imbrasil, Fernando Antônio dos Santos Júnior, 2017 não deixa saudades. Ao longo do ano, o empresário foi obrigado a demitir cerca de 40% da mão de obra que atuava na fábrica. As exportações, que variam entre 20% e 30% do resultado, bateram a casa dos 60%, motivadas, principalmente, pelo mau desempenho do mercado brasileiro.

“Já vínhamos de resultados ruins e chegamos a paralisar 50% da produção. Agora, no final, a coisa melhorou um pouco e devemos fechar com 20% menos na produção comparando com 2016. Acredito na recuperação em 2018 pelos eventos e também por, finalmente, acabarmos de viver a ressaca de 2014. Naquela época a indústria investiu muito e os resultados ficaram muito abaixo do esperado. De lá para cá estamos diluindo esse estoque. Se chegarmos ao fim desse ciclo, tudo deve melhorar”, avalia Santos Júnior.

O diretor da Piroshow, José Antônio de Miranda, obteve resultados bastante parecidos – queda na produção de 25% na comparação com 2016 – e aguarda ansioso por 2018. A empresa que já operou com 120 colaboradores, hoje tem 70. “Além da crise, tivemos no início do ano uma fiscalização do exército que deixou muitas fábricas fechadas indevidamente por cerca de 50 dias. O prejuízo só não foi desastroso porque já estávamos em baixa, então foi hora de ajustar os estoques e dar férias para os empregados. Em 2017, não investimos em novos produtos justamente para não afetar os custos. E mesmo com a retomada no fim de ano, não é uma situação confortável”, afirma Miranda.

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