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Fusca ganha versão aventureira nas mãos de funileiro de Formiga

Rodrigo Ramos da Silva transforma Fuscas tradicionais em carros off-road. Apaixonados pelo carro contam porque decidiram pela transformação.

 

Por: G1

Uma paixão nacional passeia pelas ruas do Brasil desde a década de 50. O Fusca, embora pequeno, é motivo de amor sem tamanho entre muitos de seus proprietários. Um dos veículos mais tradicionais do país, ele encanta cada vez mais pessoas pela simplicidade, praticidade e utilidade. E no Centro-Oeste de Minas Gerais, o popular “Fusquinha” ganhou uma versão de pegada aventureira. Um funileiro de Formiga está transformando o modelão tradicional em um verdadeiro carro off-road.

Tudo começou há oito meses, quando Rodrigo Ramos da Silva, de 33 anos, largou tudo para trabalhar transformando os Fuscas da região.  O funileiro de Formiga estava em outra profissão, mas decidiu dedicar seu tempo a unir o hobby de fazer trilhas por Zonas Rurais com a paixão pelos carros.

“Desde pequeno sou apaixonado por carros e meu queridinho sempre foi o Fusca.  Além disso, gosto de fazer trilhas no mato, sou aventureiro. Há oito meses, decidi juntar tudo isso e abrir uma funilaria. Claro que os primeiros carros a serem transformados foram os meus dois Fuscas. Até hoje fico mexendo neles. Se acordar um dia com uma ideia diferente de transformação, não tem jeito, vou lá e faço tudo. Assim fico o dia todo na oficina, e minha mulher até cobra ciúmes”, brincou.

Além de paixão, para transformar um Fusca em um off-road é necessário investimento. Segundo Rodrigo, o valor total de uma transformação varia de R$ 8 mil a R$ 25 mil. A transformação demora cerca de 20 dias. “O Fusca é ótimo, pois ele dá condições de mexer o máximo que puder. Tudo depende do que o proprietário quer investir. Se quiser colocar um motor a diesel nós colocamos, se quiser colocar uma gaiola nós colocamos. Quanto mais minha imaginação puder trabalhar, mais eu irei gostar”, explicou.

[pull_quote_right]Eu comprei meu Fusca, mas acabava que eu não andava muito dele. Depois que transformei o meu ‘carango’, não tem um fim de semana que eu não vá para a roça e me divirta. Gastei no total R$ 3 mil e não acho muito, porque, se o meu carro falasse, contaria muitas aventuras[/pull_quote_right]

Até o momento, o funileiro já transformou 12 veículos. Mas se depender da quantidade de automóveis circulando, não faltarão clientes, porque o Fusca foi o carro mais vendido no Brasil por 24 anos consecutivos. O balconista Thiago Silva contou que transformou seu Fusca ano 1977 e, segundo ele, o que era bom ficou ainda melhor. “Eu comprei meu Fusca, mas acabava que eu não andava muito dele. Depois que transformei o meu ‘carango’, não tem um fim de semana que eu não vá para a roça e me divirta. Gastei no total R$ 3 mil e não acho muito, porque, se o meu carro falasse, contaria muitas aventuras”, brincou.

Documentação
Antes de transformar ou “turbinar” o automóvel, é preciso seguir regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) sobre o que pode e o que não pode ser modificado. Segundo o Código Nacional de Trânsito, rodar em veículos alterados sem a documentação necessária pode gerar multa de R$ 127,69 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Antes de levar o veículo à mecânica e fazer qualquer modificação, o proprietário deve seguir um cronograma. O primeiro passo é ir até o Detran mais próximo e solicitar uma espécie de autorização para as alterações a serem feitas. Todos os documentos do carro e do proprietário são exigidos. Após a realização das modificações, o proprietário deve seguir para uma das oficinas credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), onde o veículo passará por um processo de validação. A lista das oficinas está no site do instituto.

Se aprovado, a última etapa é voltar ao Detran para a obtenção do número do Certificado de Segurança Veicular (CSV), que é registrado no campo das observações do Certificado de Registro de Veículo (CRV) e do Certificado de Registro de Licenciamento de Veículos (CRLV).

Despachante em Divinópolis, Flávio Augusto, de 28 anos, seguiu todos os passos determinados, modificou seu Fusca e conseguiu a documentação regularizada. Segundo ele, o processo não é complicado e demora cerca de 30 dias para ficar pronto. “Eu modifiquei meu Fusca fabricado em 1983 e consegui a documentação como determina a lei. Gastei cerca de R$ 600 com os documentos e meu investimento de transformação foi aproximadamente R$ 10 mil.  Agora, só estou esperando as transformações dos automóveis dos meus amigos para nos reunirmos na zona rural de Divinópolis todos os fins de semana e feriados”, finalizou.

História
Fabricado no Brasil desde 1959, o Fusca se tornou o modelo mais popular do país, com mais de três milhões de unidades produzidas. Mais de uma geração de motoristas brasileiros aprendeu a dirigir em um Fusca e optou por ele ao adquirir o primeiro carro.
A história do Fusca no Brasil tem uma particularidade: o retorno da fabricação em 1993, sete anos após sua paralisação, em 1986. A pedido do então presidente da República, Itamar Franco, o carro voltou a ser produzido, em uma versão movida exclusivamente a etanol, e parou de ser fabricado, novamente, em 1996.

 

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