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Falta de chuva afeta agricultores em Santo Antônio do Monte e Lagoa da Prata

Comerciantes e produtores rurais lamentam a falta de chuva

De acordo com o ambientalista, 2014 registrou o maior período sem chuvas dos últimos 29 anos

A falta de chuva tem deixado em alerta as cidades de Santo Antônio do Monte e Lagoa da Prata. O último verão foi muito intenso e teve pouca chuva, deixando as cidades em estado de alerta.

Em Lagoa da Prata até o momento não existe a possibilidade de racionamento no fornecimento de água, explica o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Astácio Correia Neto. “Mas a situação é preocupante porque a população muitas vezes consome a água de modo inconsequente. Precisamos acreditar que a água é um bem de todos, e por isso a necessidade de preservá-la”.

[pull_quote_left]O prejuízo foi grande, uma vez que os valores dos insumos subiram muito, como é o caso do milho, soja, farelo de algodão e da poupa cítrica. E com isso todas as despesas como medicamentos, petróleo e mão de obra subiram muito, aumentando assim o custo de produção dos principais produtos produzidos no município de Santo Antônio do Monte (leite, frango, ovos, fruticultura e horticultura)[/pull_quote_left]

Os pequenos agricultores foram afetados com a falta de chuva.  Segundo o agrônomo Cleber de Minas Monteiro, da Emater em Santo Antônio do Monte, são vários os problemas ocasionados pela falta de chuva no meio rural. O agricultor, nesse período que vai de outubro a março, quando normalmente se registra a maior quantidade de chuvas no ano, tem a esperança de ter menos gastos com a alimentação dos animais e adubação das pastagens. “O prejuízo foi grande, uma vez que os valores dos insumos subiram muito, como é o caso do milho, soja, farelo de algodão e da poupa cítrica. E com isso todas as despesas como medicamentos, petróleo e mão de obra subiram muito, aumentando assim o custo de produção dos principais produtos produzidos no município de Santo Antônio do Monte (leite, frango, ovos, fruticultura e horticultura)” afirmou Monteiro.

O produtor rural Nilo Antônio da Silva, de Lagoa da Prata, está cauteloso com relação às próximas safras. “Ainda não tive prejuízo grande. Com a falta de água, tivemos que reduzir a produção. Administrei de uma forma que não tive muito prejuízo. Ainda está dando para irrigar. Mas se continuar sem chuva a tendência é faltar água para a irrigação”, disse o produtor.

 

PIOR SECA DOS ÚLTIMOS 29 ANOS

 

[pull_quote_right]Outro ano parecido foi 2001, que foi ruim em questão de chuvas. Mas 2014 está ganhando. Somando janeiro, fevereiro e março, não teve nenhum ano que tenha chovido tão pouco.[/pull_quote_right]

Segundo o ambientalista Carlos Brasil Guadalupe (Lalinho), 2014 está sendo o pior período em questão de quantidade chuva nos últimos 29 anos.  “Outro ano parecido foi 2001, que foi ruim em questão de chuvas. Mas 2014 está ganhando. Somando janeiro, fevereiro e março, não teve nenhum ano que tenha chovido tão pouco. Não é só em Minas que este fator acontece, em São Paulo há 87 anos que nos três primeiros meses tem essa falta de chuva”. Lalinho acompanha o volume das chuvas em Lagoa da Prata desde outubro de 1985.

Lalinho ainda ressaltou os prejuízos das lavouras em Lagoa da Prata. “A plantação de milho e cereais foi um desastre. A plantação de cana de açúcar não foi tão afetada porque ela é irrigada com o vinhoto (subproduto da cana), e quando necessário a usina tem uma outorga (licença) para fazer a retirada de água do rio São Francisco. Já os pequenos agricultores sofreram muito e com isso toda a sociedade é afetada. Quando um agricultor perde certa quantidade de produto, o que sobrou normalmente é mais caro para a compra de um revendedor, e este quando chega ao consumidor, é equivalente a um valor altíssimo”, explica o ambientalista.

Segundo o ambientalista, não é momento para alarde, mas o cuidado deve existir. “Podemos considerar que água não irá acabar, mas pode ser mais regrada, e o ser humano precisa aprender a ser mais consciente. Podemos ficar um ano sem chuva em Lagoa da Prata que não ficaremos sem água. Lagoa era um pântano antigamente e hoje é uma cidade que foi construída em lugar baixo, o que já facilita a ter a quantidade de água que temos. Fora isso, temos o rio São Francisco, o rio Santana e outras lagoas”, destaca Lalinho.

O Ambientalista Lalinho faz o acompanhamento do volume de chuva desde 1985
O Ambientalista Lalinho faz o acompanhamento do volume de chuva desde 1985

 

 

 

 

 

 

 

 

PREJUÍZOS EM S.A.DO MONTE

De acordo com o agrônomo Cleber Monteiro, “a falta de chuva causou um prejuízo de aproximadamente 55% no município e região nas culturas de milho grão, milho silagem, sorgo silagem, cana, feijão, hortaliças, fruticultura e pastagens”, salientou.

O agrônomo explica que existem medidas preventivas que o produtor deve tomar para evitar os prejuízos. “A Emater de Samonte orienta os produtores que façam o plantio na época certa e que adotem práticas conservacionistas, desde o preparo do solo até colheita. Orientamos também na proteção das nascentes cercando as mesmas, recompondo as matas ciliares e mata de topo, controlando as erosões. E incentivamos as construções de bacias de captação para contenção das águas, chamadas também de barraginhas”, afirmou Monteiro.

Outras práticas orientadas aos produtores são a recuperação das pastagens degradadas; formação de Pastagens; uso de piquetes para fazer rodízio dos animais; uso da cultura de cana para alimentação dos animais; uso de capineiras e irrigação para quem tem condições de implantar.

Cléber  de Minas Monteiro - Engenheiro Agrônomo  da Emater de Santo Antônio do Monte.
Cléber de Minas Monteiro – Engenheiro Agrônomo da Emater de Santo Antônio do Monte.

 

 

 

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