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Ei dor, ei medo, eu te escuto sim!

Autora: Luciene Morais Batista – CRP 04-37799 Psicóloga Clínica – Especializada em Terapia Comportamental e Cognitiva pela PUC Minas Consultório: Rua Professor Jacinto Ribeiro nº 32, Centro, Lagoa da Prata – MG Fones (37) 8842-4204 e 3262- 2132 Credenciada para Atendimentos Online pelo site www.psicoharmonia.com.br

“Ei dor…eu não te escuto mais, você, não me leva a nada. Ei medo…eu não te escuto mais,você, não me leva a nada.” Esse trecho é da música intitulada Sol, da banda mineira Jota Quest. Expressa bem a nossa relação com a dor, com o medo, enfim, com sentimentos que nos parecem tão incômodos. Será mesmo que ouvir o medo e a dor não nos leva a nada? Tenho escrito alguns textos que falam sobre aceitar e acolher o sofrimento, sobre não fugir da dor. Mas afinal, psicólogos não são pessoas que ajudam a gente a ser mais feliz? Que história é essa de aceitar o sofrimento? Aceitar o sofrimento não fará com que eu sofra ainda mais?

Enfim, essas são apenas algumas dúvidas que podem surgir quando falamos em aceitar o sofrimento. A principal questão, ao meu ver, é o medo que surge, pois as pessoas em geral acreditam que aceitar o sofrimento significa ter uma postura passiva, uma negação da alegria e da felicidade. Não. Não gostamos de sofrer, ninguém gosta. Aceitar o sofrimento não significa gostar de sofrer.

Aceitar o sofrimento implica em compreender que somos humanos, não somos máquinas, e que, assim como a alegria, o sofrimento também faz parte da natureza humana. Em meu último texto, dei um exemplo, disse que se cortamos profundamente o nosso corpo e não sentimos dor, estaremos em risco, pois uma vez que não temos condições de identificar a ferida, também não conseguimos cuidar dela. E um corte aparentemente simples, poderá se agravar e até mesmo levar ao óbito. Com a nossa saúde emocional, acontece algo parecido. Infelizmente, para lidar com as feridas da alma, com as dores emocionais, aprendemos a trilhar um caminho diferente: ignorar, não olhar, não ouvir os medos, as tristezas, as raivas, e por aí vai. Uma amiga minha, me disse “sou um animal irracional…” Achei muito divertido. Ela não dizia isso porque achava-se desprovida de inteligência, até porque ela é muito inteligente. Ela dizia isso porque me relatava que vivenciou uma situação frustrante. Ela disse: “Lú, eu sabia que essa situação aconteceria em algum momento de minha vida, era previsível. No entanto, pensei que fosse conseguir reagir diante dela de forma tranquila… Mas não estou conseguindo, estou sentindo muita raiva!” Este exemplo, mostra alguns conflitos que vivenciamos no que se refere à razão e à emoção. Ainda que tentemos abafar ou racionalizar a emoção, para nos livrar da dor, não funciona, pois a ferida ainda estará aberta. As emoções trazem consigo informações valiosas a respeito das áreas psíquicas que precisam ser olhadas e cuidadas. Ignorá-las, não olhar para elas não permitirá compreender a razão dela estar ali, não permitirá desenvolver uma forma de cuidar daquela ferida. Para isso acontecer, é necessário mudarmos a canção: “Ei dor, eu te escuto sim, porque você tem algo a me dizer e eu preciso escutar”.

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