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Artigo: Cidadão barra aumento de salário de vereadores de Lagoa da Prata

Há uma clara discussão sobre vencimentos de vereadores em todo país. Em muitas cidades, a população até então passiva ante o aumentar dos salários dos vereadores, legislando em causa própria, veem a pressionar a câmara para que os vencimentos caiam em patamares ajustados com a realidade do país, com a realidade do município.

Há um mover da sociedade em prol da moralização do setor público, na visão de muitos estudiosos, o principal entrave para o desenvolvimento da nação.

Certo é que em Lagoa da Prata um cidadão praticamente sozinho, barrou aumento de vencimentos dos vereadores da Câmara Municipal de Lagoa da Prata.

A Câmara na época presidida pelo vereador Antonio de Pádua Lima Sampaio, tendo como vice-presidente Maurício de Castro Maciel e secretário José Luiz Baia Henriques, editou projeto de resolução de número 139, no ano de 1990, que aumentava os subsídios (vencimentos) dos vereadores de forma abusiva, na visão dos cidadãos, fato este comprovado mais tarde por sentença favorável do juiz de direito da época.

Os subsídios no total de NCz$ 409,65 (Quatrocentos e nove cruzeiros novos e sessenta e cinco centavos) passavam para CR$ 21.284,10 (Vinte e um mil, duzentos e oitenta e quatro cruzeiros e dez centavos). Mesmo para o período sobre o qual incidia inflação ainda alta, tal aumento era considerado fora da realidade da nossa cidade.

Mas sempre na história existem pessoas com coragem suficiente para arregaçar as mangas e lutar em prol do bem coletivo.

Surge na cena política, José Luiz Vital, conhecido pela alcunha de “Gatão”, assíduo frequentador à época das reuniões da Câmara Municipal, cujo protesto se efetivou em ação judicial contra este projeto de aumento dos subsídios, levado a efeito no fórum local.

O projeto passou, contudo, alguns anos depois, com a causa ganha, a justiça fez com que os vereadores devolvessem os subsídios ora percebidos, bem como pagasse à viúva, Eliana Santos de Castro, as custas judiciais do processo, pagos em espécie, contra recibo, a ser levado à justiça para ter o nome limpo.

Uma excelente lição! “Gatão” não pôde ver o sucesso de sua ação individual em prol do bem coletivo, pois falecera em acidente de trânsito na estrada vicinal que levava até a sua fazenda, causado por um “fueiro” de madeira que se desprendeu de um dos caminhões da Usina Luciânia, na época.

O Estado de Minas fez uma matéria acerca deste fato com ampla repercussão. Nas palavras de Eliana, “só com a conscientização e a mudança de cada um haverá um novo futuro para nós e para o Brasil”.

Eliana disse que “as pessoas naquele tempo eram como nós hoje; só questionavam nas rodas de amigos. Mas ele (“Gatão”) confrontou a Câmara de Vereadores, questionando os porquês, as origens…”

Observando a reforma do prédio da Câmara Municipal, sem entrar no mérito da questão, apenas lamentando o gasto em reformas numa época de crise, com tantas prioridades necessitando de atenção, com tantas necessidades da população para serem satisfeitas (minha opinião), concordo com a força da expressão da senhora Eliana, ao dizer que nós “precisamos de atitude, e essa atitude depende de cada um de nós. Enquanto esperarmos que as mudanças venham de fora, o Brasil continuará assim. A mudança tem que vir aqui, de dentro de cada um de nós”.

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