A gravidades de problemas ambientais e econômicos causados pelas queimadas vem gerando mudanças na atuação de algumas empresas que procuram amenizar seus impactos no meio ambiente. Há dez anos a Biosev em Lagoa da Prata começou a romper com as queimadas que faziam parte do processo de colheita da cana e desde o ano de 2016 passou a realizar a colheita 100 % sem queima da cana. Há três anos, a empresa vem investindo em campanhas e tem como uma de suas prioridades em sustentabilidade a prevenção e o combate aos incêndios, especialmente durante o outono e inverno, quando o tempo mais seco favorece as condições de incidência e propagação de incêndios nos canaviais e áreas do entorno.
No último dia 21 a Biosev abriu a campanha deste ano e apresentou estudos e resultados dos esforços nos anos anteriores, mostrando uma evolução positiva dos trabalhos realizados, em parceria com as polícias Militar e Ambiental, além de outros grupos envolvidos nas ações de conscientização, prevenção e combate a incêndios. Durante a reunião, a superintendente da unidade, Tânia Fernandes, falou que o primeiro passo para este trabalho de combate é a conscientização: “Hoje, o pensamento das pessoas precisa ser outro, precisamos prever. O desafio é mudar a visão da empresa, de uma que queimava, e agora não só, não queima como combate o incêndio”, comentou e reafirmou: “Temos que levar essa informação para o povo. Antes eles viam o fogo como um benefício em relação ao corte de cana e não como um problema”, completou a superintendente.
O gerente agrícola, Rafael Augusto Silveira, disse que a equipe brigadista se empenhada em reduzir continuamente as ocorrências. “A equipe, composta hoje por 55 pessoas, é treinada pelo Corpo de Bombeiros, e a estrutura de combate é de 10 caminhões”. A empresa também disponibilizou um helicóptero que ficará durante quatro meses sobrevoando toda a região de canavial para detectar possíveis focos de incêndios e assim mobilizar com rapidez o combate. Além disso, com o sobrevoo fica mais fácil identificar incêndios criminosos.
Medidas
Entre as medidas preventivas adotadas pela empresa destaca-se a implantação de aceiros (faixas que não apresentam vegetação ou resíduos que possam alastrar os incêndios de uma área para outra) entre as áreas de cultivo de cana-de-açúcar e áreas de preservação com seis metros de largura e, também, entre as áreas de cultivo e determinadas zonas de operação agrícola (áreas de estacionamento, de vivência, de manutenção de equipamentos e de máquinas em campo, e fumódromos), com três metros de largura.
Outras iniciativas incluem a instalação de fumódromos nas áreas de vivência, rotinas de inspeção em equipamentos de combate a incêndio e máquinas agrícolas para evitar vazamento de óleo ou emissão de faíscas que possam provocar ou alimentar eventuais focos de incêndio, e presença de caminhões-pipa nas frentes de colheita. Ainda conforme explica Rafael, a empresa conta com equipes treinadas para auxiliar em caso de incêndios em propriedades vizinhas.
